segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Branco

Talvez fosse melhor se separar
Talvez fosse melhor pedir demissão
Talvez fosse a hora de fazer aquela viagem
Talvez fosse a hora de terminar aquele livro
Talvez fosse a hora de contar todas as verdades
Talvez fosse o dia de trepar com a tal vizinha
Talvez fosse uma boa tarde para mergulhar nu no mar
Talvez fosse a hora de gritar

Mas ele não fez nada disso

Aproveitou a hora do almoço para caminhar
Continuou de paletó, mas acanhadamente tirou os sapatos e as meias
Caminhou até chegar em casa
Era uma casa bonita, bem parecida com aquelas desenhadas pelas crianças no jardim da infância

Não havia ninguém

Sentou-se na sala, próximo à mesa de centro
Da pasta tirou papel e caneta
Escreveu dois bilhetes, levantou-se e foi até a cozinha com os papeis na mão direita
Colocou-os sob imãs na geladeira.

Uma banana e um anuncio de uma distribuidora de água mineral

Foi até o quarto. Um bom tempo parado diante da porta
Respirou tão fundo que as lágrimas quase transbordaram

Entrou e saiu com um abajour
Logo com travesseiros e lençois e todas as coisas miúdas
Voltou, fez muito barulho e saiu com pedaços de madeira
Cama, criado mudo, guarda roupas

Aquilo havia deixado de ser um quarto
Era agora um cômodo vazio
Branco

Há muito havia passado a hora de voltar para o trabalho

Ele foi até a cozinha, bebeu um copo d´água, despiu-se
Pegou algumas toalhas brancas, uma cadeira e voltou para o cômodo vazio
Colocou a cadeira bem no centro e com as toalhas fez um circulo ao redor

trancou o cômodo vazio e com dificuldade engoliu a chave
Sentou-se na cadeira e simplesmente respirou
O sangue corria pelas suas veias
Cresciam os pêlos todos do corpo
Seus olhos viam, e escurecia quando piscava
Havia saliva em sua boca
Cresciam também suas unhas
Seus ouvidos ouviam todo o silêncio
Tudo numa lentidão infinita

Tirou sua própria vida
Percebendo antes disso que era a unica que realmente possuia

E tudo ficou mais Branco
A bola vermelha que se formou no chão parecia pipocar no meio do nada
Mas ficou tão Branco que até mesmo ela se perdeu
Tudo tão Branco, mas tão Branco que acabou

domingo, 20 de dezembro de 2009

Líbano

“Danny F II” partiu de Montevidéu no dia 23 de novembro

dezoito mil bois
dez mil ovelhas

Que agora pastam nas profundezas do Mar Mediterrâneo.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Da verdade

Jesus Ama Pedro
Jesus Ama Paulo
Jesus Ama Anderson
Jesus Ama Gabriela
Jesus Ama Tiago
Jesus Ama Aleyster Crowley
Jesus Ama Joãozinho
Jesus Ama Adolfo
Jesus Ama Maria Madalena
Jesus Ama Deus
Jesus Ama os unicórnios
Jesus Ama as pedras
Jesus Ama Felipe

Vamos todos dar um grande abraço em Jesus!

"Eca! Ele ta todo sujo de sangue!" disse a menininha com a inocência de seus 3 anos.

Feliz ano novo!

Todos os dias ele dorme sem levar em consideração que acordar é simplesmente uma possibilidade.
Havia acabado a festa de reveillon e ele foi dormir.
Não acordou.
E tudo continuou como antes.
Só não havia mais fogos nem abraços.

Concupiscência

A Av. Boa Viagem é a Praça do Diário fingindo glamour.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Vacuidade

Ele vai viajar amanhã. Será que sentirão saudades? a praça do diário, a Rua velha, Frei caneca, Rua da Palma. Será que sentirão saudades?
He is trying to speak a better english and to get use to the plastic smell of the New York streets . Is somebody there seeing where he is?




terça-feira, 8 de dezembro de 2009

?

Senhora da Conceição
Minha mãe, minha rainha
Hoje no recife é feriado em teu nome
Fui a um piquenique com minha familia
Comi bolachas com patê de atum
e brinquei com meu filho no parque da Jaqueira
Senhora da Conceição
Eu quis beber um pouco de gin ou vodca
Mas estava dirigindo
Pelo que ouvi falar, tem gente sangrando no Morro da Conceição
O padre se masturba antes de celebrar a missa
e os coroinhas sabem
Na Avenida Domingos Ferreira há 1... 2 corpos no chão
Foi um carro que passou por cima

domingo, 29 de novembro de 2009

Da certeza

Se alguém diz que aquela mesa de pedra é de madeira, ela pode realmente ser de madeira.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Do impotente

Sinto medo de estar perdendo a sanidade. Medo de com isso estar me encontrando. Não vejo coisas nem escuto vozes, mas me vem um desespero aterrador. É como que uma visita. Uma visita indesejada de um visitante desconhecido. Ele apenas senta ao meu lado e me observa. É negro. Não como um homem, mas como o universo. Em sua pele pode-se "" no vazio das estrelas. Seus olhos são buracos que vão dar no infinito das coisas e de si mesmo, e no que eles refletem eu penso me ver.

Não faz sentido algum e eu sinto medo.

Gostaria agora de acreditar em Deus. Eu me ajoelharia diante do Senhor e imploraria para que me amparasse em seus braços até que me desfizesse em Seu Amor infinito. Mas o visitante devorou meu Deus. Destroçou-o com seus dentes de dilacerar palavras e sorriu.
Tudo é só silêncio. Um silêncio que cala os sentidos e pensamentos.

Penso que posso ficar louco.

Ele me observa. Sei que me observa e só. Meu medo não faz diferença alguma. Fecho os olhos, mas sei que ele continua a me olhar.

É preciso fazer alguma coisa para que ele não assuste também o meu Filho.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Atchim! Não importa

Seu cu. Saliva marrom. Ele lambeu. Não vendo repugnância era maravilhoso. Acenderam as luzes. Fodeu. Sua filha. Fodeu mesmo. Tinha apenas 4 anos. Saiu. Ufa. Saiu sangue no seu pau. Chupa. Puta. Chupa. Chupou. Não deu. Vomitou no seu pé. Deu-lhe um tiro na nuca. Não lhe comeu.

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Do amor e da tentativa de compreensão

Joguei meu filho para o alto
Ele sorriu e pediu mais
Joguei meu filho para o alto
Ele sorriu e pediu mais
Joguei meu filho para o alto
E de propósito o deixei cair

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Osmário

Ser-se. Como um cachorro.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Baseado em fatos reais

As crianças são cruéis
de tão puras são cruéis

...
cochichavam duas crianças...
...


Faz tanto tempo que eu nem lembro mais sobre o que cochichavam.


...
Sorriam as duas crianças...
...


...
Estavam pertinho do quadro negro. Curvadas para aprisionar o segredo entre elas...
...


Pois que chegou então uma terceira criança.


...
"Riem de mim?" perguntou.
"E se fosse?" respondeu uma das crianças.
...


Sua mão como um raio acertou o olho direito do pequeno respondão.


Fiquei com o olho roxo por dias. Sofrendo mais com o constrangimento dos óculos escuros que com a dor.
Anos se passaram. Pensei mesmo ter esquecido.
Mas num canto do bairro houve uma briga, e o valentão estava lá.

Ele morreu. Um tiro na cabeça. Por coincidência na frente da minha nova escola.

E secretamente me sinto satisfeito.

sábado, 7 de novembro de 2009

Helen keller

Sorrindo escuta Marlee Matlin
E com ela eu escuto

Sonhando goza Farinelli
E com ele eu gozo

Suspirando pensa Daniel Pearl
E com ele eu penso

Chorando observa Louis Braille
E com ele observo

Parando age Anderson Cavalcanti Santiago Tavares
E com ele eu paro




Ps: Invejo Rogério Skylab.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Vivendo e...

0- Matrícula
1- A principio aprendi a amar a carne e todos os seus orifícios
2- Aprendi a ser fiel no que éramos um só
3- Então aprendi a ser livre, era nela, mas não apenas
4- Aqui aprendi a mentir e a rasurar tudo o que havia aprendido antes

Era eu esquecendo de ser

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Do espaço e da possibilidade

Tudo dormia
Ele era silencio, vazio, mentiras e escuridão
Tudo dormia
Mas ele não

Seio alvo, o mamilo teso, delicado
Tudo era tempo pouco e era vontade
Ela dormia
Mas ele não

O labio flecha, arco o espaço
Ele de dúvida, ela talvez não, sim talvez
Ela dormia
será que não?

O aroma, pouco saciada fome, quase coito interrompido
Retira-se. Ela desapontamento suspira
Ela dorme
Ele acorda

Quer gritar, mas de quases sobrevive

domingo, 18 de outubro de 2009

Da varanda

Dá vontade de pular









Mas tenho medo

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Mveenrtdiardaess

Meu amor, e se eu a tu disseste que sim, sei que tu conheces todas a minhas mentiras? Que sei também que te apraz vasculhar minhas privacidades a procura de pecados? E que os pecados encontras?

Minto que não sei
Mentes que não sabes
Minto que em nada sofro
E tu mentes que não há nada

para nós não há nunca nada

Matamo-nos mentindo, fingindo que não há mentiras

Se é assim, mentiras não há

Mas meu amor, há uma grande, sufocante e sufocada verdade

Talvez, meu amor, eu quisesse dizer que te amo, mas não posso. choro todas as minhas mentiras, minhas culpas, meus mais puros pecados, e de rosto lavado em lagrimas quase não posso te olhar a face.

E tu, meu amor? podes olhar para mim, olhar para si mesma e esquecer que estás mentindo?

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Eca!

Dona barata, ao mesmo tempo que tua presença me enoja, te invejo.
Com cabeça ou sem cabeça tua sina é viver.
Com cabeça, a minha é perguntar "por quê?".

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Ser-me

O que no corpo dramatiza ser eu
E que insiste em te dar ois
É uma cicatriz constrangedora
Talhada pelo desejo de ser-me
teimando em recordar-me
que há muito esqueci
o que viria ser aquilo que sou

Eu sei
Assim vou sendo

Ser-me é não encontrar em mim o eu que em mim vejo preso

Esconder-me, calar-me, maldizer-me, inconformar-me...
Pura manifestação do verbo.

Estou certo e não concordo
Me anulo
Me esqueço

Por um instante sou
Como sou sempre

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Errando pro Gregório

A medida para o talho:
Duas conas de primeira
de mulatas trepadeiras
que façam valer o trabalho

É mais quando o rabo bufa
Sem receio ou constrangimento
Peidando a qualquer momento
Até batina de padre estufa

Duas putas jaboticaba
Rebolam fazendo nada
Fodendo meu pensamento

Nem sequer uma para o malho
Me resta em riste o caralho
Gozo de velho meu sofrimento

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Do meu desespero

Ser louco é uma vantagem diante da persistencia do universo em existir.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Minha Valsa - Movimento único

Eu precisava te dizer que minha dor é sempre pouca
Minha doença merece apenas um tylenol em gotas
Se choro é simplesmente porque foi um filme triste
E se eu calo é porque não tenho nada para falar

Se eu grito...

Todos estão surdos

Não importa

Mas eu quero que você me responda

por quê?

domingo, 30 de agosto de 2009

Sob o chapéu

Eu É
Tu É
Ele É
Nós É
Vós É
Eles É

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Pensamentos Cubensis (Há muito tempo atrás)

Em pensamentos cubensis
Saboreio o ventre
que antecede o pranto

Admiro as cores do tempo
a dança dos ventos
em dor e acalanto

abros meus olhos de cego
admito e nego
o peso que é tanto

Me faço e desfaço em cacos
por um momento percebo que o homem
é simplesmente um macaco que sabe falar

O esverdeado-vermelho
Céu de escaravelho
momento de encanto

sentido que do mundo emana
semente-nirvana
vida que transfigura em canto

aos poucos fecham-se as portas
restam poucas linhas tortas
e então finda sem ter fim

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Do homem e do Verbo

Eu sou
Eu só
Eus
Eu
é

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Circulos

É dificil de te explicar
Pois para mim é dificil de entender
(Continua)

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Contida

Se quiser amar
Me ame

terça-feira, 7 de julho de 2009

Ahhhhhhhhhhhhhhhhh!!!!

Não gozava
Estava na beira do precipicio
E não gozava
Era-se em plena queda livre
E mesmo assim não gozava
Era quase queda
Era quase um baque
De abafado era quase um grito
Era um despertar
Mas não gozava nunca

quarta-feira, 1 de julho de 2009

É preciso

O passado que reste sob as solas de meus sapatos
Fazendo restea sobre meu chão
O futuro que reste esquecido e adormecido
E translucido não faça restea
Para que de tudo que eu encontro nas mãos
Faça um instante agora.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Do ridiculo

Um cara me disse que faz mal fumar até o filtro.

De noite fumando um cigarro no calçadão

O

m
ma
mar
MAR
mar
ma
m
ma
mar
MAR
mar
ma
m

Imenso. Ifinitamente celestial.
Suas ondas parecem querer abocanhar cada particula do que não o é.
É visivel o desespero das bolhas de ar q se acumulam nas entranhas ondinas.

Um pouco fica com o mar. Eu sei.

E no acumulo dos instantes tudo será mar.

Da areia olho para os edificios. um pouco do mar já os devora.

O
m
ma
mar
MAR
mar
ma
m
ma
mar
MAR
mar
ma
m

É imenso.


E sobre tudo isso eu penso.
Grande merda.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Da fé e da saudade

Na despedida para uns e outros:
Adeus

Na Despedida, para alguns há Deus.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

.

" " sussurrava sua pele a deslizar sob os delicados dedos de seu rapaz.
"É como o marulhar das aguas" ele pensava.
" " Susurravam os dedos dele ao deslizar sobre a pele de sua moça.
"E como o marulhar das aguas" ela pensava.
" Tum

Tum

Tum"

Rimbombavam os dois corações.

Eles sabiam o que ribombava.
E por isso sorriram calados.

Agora eram nus.
Esquecidos de estar.
Porquê o que paga um Agora é Ser.


Eram braços, pernas,
pelos, lagrimas,
suor

Um só Abraço.

"Parece veludo" foi pensado
"Parece Pedra" Foi pensado

Pois que ele era ela e ela era ele
que era ela
que era ela
que era ele

"Parece chuva"


Eram-se. feitos Verbo.

Tudo tato
Olfato
Audição
Visão
Paladar

Tudo Silêncio



"parece..."




"Eu sei fazer Amor" sussurrou-se mesmo sem palavras.


"Parece"

"Parece"

" "

sexta-feira, 22 de maio de 2009

É?

Tudo é um imenso "É"

Lacto Lacrimoso

Seios fartos choram

Saudade

Lacto lacrimosoSal

E o quartinho de azul bebê será um sinlêncio só
Há de então ficar marrom
Quando ele virar pó

Seios fartos cansados de chorar

Há dor

Petrea lactação

Adoraria que não

Mas pintaram as paredes do quartinho
E a saudade há de lembrançar
Quando ela estiver só

Seios fartos de artificialidade

Artificio

Lacto vazio siliconico

Arte mamoplástica

Exito

Tudo o que faço é suicidio.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Exuperry

Queria apenas falar sobre jiboias
Mas ninguem gosta mais de falar sobre elas
Estão todos grandes demais

E me dizem que preciso de coisas serias
De numeros altos anotados em papel
E de um lugar seguro para protege-los

Eu só gostaria de falar sobre jiboias
Desenha-las digerindo elefantes
Mesmo que pareçam chapeus

As crianças entenderiam
Eu sei

Mas estou grande demais

domingo, 10 de maio de 2009

Contemporanea estetica corporal feminina

Seque-se
Seque-se
Seque-se
Seque-se
Seque-se
Seque-se
Seque-se
Seque-se
Seque-se
Sexy
Seque-se
 Seque-se
  Sexy
   Sexy
    Sexy

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Da escuridão dos olhos fechados e/ou do vazio

Escorregou pela testa do urso até cair da ponta de seu focinho

A besta deu um bote
E encontrou na boca seus olhos, que sem que percebesse haviam também despencado
Ela então tornou-se em homem, mas permanecida em fera
Serena

Era a primeira vez em que se encontrava cega





Ps.: Não sei dizer se o homem era minusculo, ou se o urso é que era enorme.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

De uma viagem quase insuportavel

Por trás do "eu" "eus"

Em arte

Não vou negar

Sofri demais quando você me deu o fora
Mas o tempo passa
O mundo gira, o mundo é uma bola

Pintei o meu cabelo, me valorizei
Entrei na academia, eu malhei, malhei
Dei a volta por cima e hoje te mostrei meu novo namorado

Pensou que eu ia chorar por você,
Que eu ia morrer de amor,
Que eu ia pedir pra voltar,
ah, ah, ah, ah, ah, ah
Que eu ia chorar por você,
Que eu ia morrer de amor,
Que eu ia pedir pra voltar.

Não vou negar,
Sofri demais quando você me deu o fora,
Mas o tempo passa,
O mundo gira, o mundo é uma bola.

Pintei o meu cabelo, me valorizei
Entrei na academia, eu malhei, malhei
Dei a volta por cima e hoje te mostrei meu novo namorado

Pensou que eu ia chorar por você,
Que eu ia morrer de amor,
Que eu ia pedir pra voltar,
ah, ah,ah, ah, ah, ah
Que eu ia chorar por você,
Que eu ia morrer de amor,
Que eu ia pedir pra voltar.


novo namorado

mistura do calypso

Composição: Elvis Pires / Rodrigo Mell

Eu apenas queria

Eu quero que você se entale
Sufoque
Morra
Enfie o dedo no seu cu e rasgue
Sangre
Morra
Eu quero que você escute
Não entenda
Morra
oieuwr weroiwnw dshs
uhafkr
Morra
Eu quero mais é que você se foda!

sábado, 2 de maio de 2009

Solidão


em seu descompasso
O vento soprou
Levou meu telhado
meu sorriso
E apagou as lamparinas

É escuro
E nenhum gato mia

Vazio imaculado
Denso como piche quente

Até as lagrimas fugiram
"Solidão. que poeira leve"

Nem luz
Nem toque
Nem sabor
Nem som
Nem odor
Nem profecía

Solidão. Soterra.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Da boca do Anjo que não segreda

Do alto de uma arvore eu observava
Nu ele se ajoelhou
De sua boca sairam serpentes de fogo
Com peçonhas cheias de mel
E de seu ânus sangravam estrelas cadentes
Que serviriam de alimento para esqueleticos barrigudos da etiópia
Apenas os escolhidos
Seus olhos choravam treponema e esperma
Que penetravam a vagina de Gaia indo de encontro ao seu nucleo
Ele suava como que aquelas larvinhas de mosca sendo que de luz
As crianças vomitaram ascaris lumbricoides que devoravam a anti materia defecada pelo anti-cristo

Eu vi
Foi assim
Enquanto conversava com deus

E após trinta e dois mil novecentos e quarenta e sete dias
Às 11h11 de uma quarta feira primaveresca 
Gaia pariu um cão enorme
Suas patas traseiras tocavam o mar
E todo o mar se fez em urina
Suas patas dianteiras tocavam o céu
E todo o céu se fez em céu
Os homens quiseram morrer
Mas esqueceram rapidamente
Alguns morreram mesmo

As mulheres se agarravam ao falo canino
A fim de serem perdoadas
Mas os carrapatos mamaram naquelas de mamilos rosados
E só elas tiveram a paz
Pois que eles eram anjos

Devido a poluição o olho do melhor amigo do Homem irritou-se
E guerreou com sua pata dianteira esquerda
Uma bolha nasceu e dela choveu confete e pus
Os filhos dos homens na chuva se batizaram
Cantando louvores: "Abençoado seja meu cacete duro sob o signo putrefato de Anubis"
E Deus viu que era bom

Hercules comeu o cu-único das tres velhas irmãs
Mas Zeus não parou de chorar abraçado à Priapo
Pois elas devorariam os olhos e mamilos de seu filho

Diante tudo isto eu me masturbava
Gozei o tempo
E quem assim quis, pôde esquecer
Os que preferiram continuar, me empalaram
construiram catedrais em meu nome
E me fizeram santo

E eu nem chorei

Papai do céu cuida do Haití

Satanás não mais tinha para onde ir
Nada aconteceu como previsto pelas antigas escrituras
Estava perdido
Era bonito
E eu lhe disse que poderia dormir em minha cama
Nos beijamos
E TUDO viu que era bom

Nos mais altos arranha-céus colhiamos maçãs
Desnudadas de seu pecado
Vislumbravamo-nos com o conhecimento
E podiamos voltar à ingenuidade
Bastava cagar nos pastos e adubar a grama

Nossos filhos povoaram as estrelas
E ensinaram seus filhos a esquecer de contar
Pois que era tudo infinito

Eu já havia sido esquecido
Eu nunca havia sido
Os verbos não mais se conjulgavam passado e futuro
Nada de "ia, era, ora, erá, ai, ou..."
Era sempre agora
São todos silenciosos
Quebram o silêncio apenas para dizer "É"

Eu sou
Eu só 
eus
Eu
É

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Página policial

Pá!
Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii

Estava mais perto do que pude perceber

Covardia

Gostava de ser GRANDE
Destemido
Cavalo do cão

Maravilhado com o crime
Batia as sete leguas do inferno
Trançava as bestas feras
E sorria aos quatro ventos

desvirtuado
Pervertida sua graça
Confusão
agente do caos imaculado

Dispararam palavras na casa de seus pais
Quebraram as janelas
Cuspiram no chão
Prostituiram sua má dama


Desonrado
Virou-se no satanás
Vermelhou-se de brasas
Tremeu sobre os cascos

Pela primeira Era-se era a morte

De sua Avalon trouxe um pau de fogo
Montou em sua gigantesca mosca
Gravido de vingança
Pensava ir parir justiça

Encontrou o que queria
Arremessou com força suas palavras
Mas não quebrava nada
Estava cego

O pau de fogo clareou a escuridão de seus olhos

Foram duas balas
Uma em cada Imaginária
Rasgaram-se sonhos, memorias e vaidades
E ele?

Sorria

Choravam seus filhos
Sua mulher
Seu pai
Sua mãe
E eu

Sumiu com a primeira brisa
Mas sempre volta

Quando voltar
Mais do que janelas encontrará quebrado

Ainda estarão chorando

Porque uma bala descansa no tambor
E essa bala...





... É dele.




domingo, 26 de abril de 2009

Ed Gein

Era um homem bom
De habitos peculiares
Artesão impar
Que não vendia suas peças

os pratos
outrora envolviam pensamentos
As mesas 
tinham de fato pernas
O quadro na parede
cheio de expressões faciais
E aquelas mascaras?
de dar medo!
Tudo feito a mão
Com muito zelo

Era um homem quieto
Sem amigos
De poucas palavras
"Bom dia", "boa tarde", "boa noite"

sentia saudades de sua mãe

Um dia o levaram embora
Para nunca mais

E enojados destruiram sua obra


quarta-feira, 22 de abril de 2009

Porra! e agora?

Queria guardar TUDO em palavras
Mas nas palavras não cabia NADA

gritou
chorou
vomitou

Mas ainda era pouco

Quis perder TUDO
Fez silêncio
E não perdia NADA

Respirou
Suou
Chorou

Porquê ainda era

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Um brinde

Uma taça quebrou em minha mão
Quis deixar o tempo pintar tudo de vermelho
E ele quis me apagar
Mas eu tive medo
Eu quis ficar de mal
Mas ele não quer
Não pintou nada
E disse que vai me apagar mesmo assim

Queria não precisar de palavras pra te dizer isso

Há algo por trás da palavra
Algo que cala
Mas é mais que palavra

É

Na ausencia da "fome" há o inominavel
Há o que contrai as tripas
O que sai em busca de alimento

Na ausencia da "gozo" há um silencio
Há o que geme
Há o que espasma

Mas só calando
E não só calando
Mas esquecendo a palavra

Impera algo na ausencia da palavra

Sonhar com dente

Cairam, um por um, todos os meus dentes
O sangue me lavava
Dentro e fora

Atrapalhava meu choro
Mas mesmo assim eu chorava

Não
Não sentia dor
Era apenas medo

entenda
Era apenas medo

Quero que você me escute
Pois é você agora tudo o que tenho

Escute!

Eu acordei
...
...
E toda minha familia estava morta

Confessionario

Um dia perdi meu filho
Gostaria de lhe fazer entender por palavras
Mas para tal, teria que fazer-lhe esquecer de todas elas







"ta aqui condido"







Me refiz aos poucos
de cima a baixo
Primeiro a luz
depois os olhos
A face
A boca
A pulsação
O coração
O torso
Os braços
A flacidez
A pubis
As pernas
O chão
Os pés

E por fim a palavra

-Meu filho!-

terça-feira, 14 de abril de 2009

Passo

Um dia tudo passa
Mesmo que nos leve junto

(!)

O verbo coagulara as horas

Será que era sempre agora?

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Chuvosa

Chovia...

Engulia cada gota possivel
Como forma de sorver o universo

Fazia sol...

e chovia...

Sorriu...

Era-se o dia mais bonito

Victor

Era ele todo desassossego
O condicionador de ar estava quebrado

Não fazia calor
Não entreva ruido algum pela porta aberta

O incomodo vinha do barulho dentro
Que não concorria com mais nada

Não estava acostumado com tantos pensamentos
Eles martelavam sua cabeça
E era quase hora de dormir

Não fazia calor

Ele só se perguntava o que fazer com todo aquele silêncio.

No silêncio ele era só

Um sonho de Delírio

Acordou, e antes mesmo de abrir os olhos percebeu que aquele não era um daqueles dias em que se volta bem pra casa.

Abriu os olhos e não viu nada.

Levantou, abriu a cortina e deixou os primeiros raios de sol entrarem. Olhou para sua mulher, ainda deitada na cama, deu um leve sorriso com o canto da boca, deu-lhe uma tapinha na bunda e foi tomar um banho.

Vestiu aquele mesmo velho paletó de sempre, foi até a cozinha, comeu, pegou sua mala e saiu.

O céu estava vermelho-sangue e algumas carpas estavam voando em formação, como se fossem gaivotas. Ele achou tudo aquilo muito estranho, mas continuou a caminhar.

No caminho encontrou um minotauro sentado no dorso de um centauro. "cuidado com a faixa de pedestres!" disse o minotauro. E o centauro assentiu com a cabeça. –só posso estar sonhando.- pensou aquele homem comum.
"Não está sonhando porra nenhuma" gritou o minotauro puto da vida.

–Eu hein!!- pensou o homem.
Continuou andando.

Uma enorme sombra passou pelo homem. Ao olhar pra cima ele constatou que era uma girava de asas(Um Camelopardilis aladus), que aterrissou bem na sua frente e disse “cuidado com a faixa de pedestres” com uma voz de quem fala com a boca cheia de quiabo.

Ele simplesmente ignorou, continuou caminhando em linha reta por entre as patas da grande girafa alada. O vento estava azul e suave, todos o cumprimentavam durante o caminho e alguns deles gritavam “cuidado com a faixa de pedestres”. Ele só ignorava, até que deu de frente com uma enorme faixa de pedestres...

...Ele olhou para um lado, olhou para o outro e não via nada. O sinal estava fechado para os automóveis e aberto para os pedestres. Ele não podia ver mal nenhum ali, até que um coelhinho rosa saltitante pulou sobre a faixa tranqüilamente e um carro quase na velocidade da luz espalhou pedaços de coelho por todo canto (parecia coisa de desenho animado).

Ele parece que não deu a mínima atenção para aquela cena. Colocou os pés na faixa e não aconteceu exatamente porra nenhuma.

Chegou no trabalho e tudo estava bem, a não ser pelo seu chefe que estava com uma cabeça de bagre enorme no lugar onde normalmente havia uma cabeça sempre muito parecida com uma cabeça de bagre.

Ele cochilou sobre a escrivaninha e sonhou com homens montados em cavalos. Acordou exatamente na hora de ir embora. Deu um abraço e um beijo no chefe e mandou um beijo coletivo para todos os colegas.

No caminho de volta ele avistou a girafa no céu e pensou no quanto ela era estúpida. Encontrou com o minotauro e o centauro e mandou os dois irem juntos para a puta que pariu.

Andou mais um pouco e encontrou uma caixa de papelão, daquelas que vem com uma televisão. Ele se acomodou bem dentro da caixa e dormiu ali mesmo.

Porque o prevenido zomba do tempo

Egoísta (Bal e Tiago West)

Conservei-me em ego
Hoje, espelho, me renegas

Desfaço chuvas em prantos
Calo, falo, vivo cego
Vejo-me estranho
E estranho minha visão

No que sou cego de olhos alheios
Na pupila do outro
Moram meus receios
E em minhas meninas
Reluzem meus anseios

Minha carne
Faz-se Chantagista
Espelho de tu´alma
Meu reflexo
Sou de fato egoísta.

domingo, 12 de abril de 2009

Profanação

Muitas vezes me sinto meu pai
Não como pai de mim mesmo
Não pela autonomia
Nem pelo gosto da orfandade

Me sinto mesmo
José Marinho Tavares Filho

E sorrio

No que respiro
No que me toco
No que me vejo

Por agora sou
José Marinho Tavares filho

E sorrio
E sinto medo

Sigo sem querer
Sendo meu pai

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Oração

Para onde fores irei contigo
Por isso peço
Não vá embora
hei de ir também
Minha senhora

Não espere que Ela te entenda
Eu entendo

Fique comigo e sempre serei contigo

Já me deste tanto amor
que ainda me sobra toda graça

Mas se é assim
Se é grande o peso
Não seja forte
chore aos poucos

Não vá embora
Para onde fores
Irei contigo

Este meu amor
É maior que mim mesmo
Tua partida ha de fazer-se
Também minha despedida

Para onde fores
Irei contigo...

Para onde flores...
Estarei contigo...




quinta-feira, 9 de abril de 2009

101

Toc toc...

quem é?

Toc toc toc...

Quem é?

Toc toc...

Só eu sei...
Sou eu...

Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc... 



( )






"O que você está sentindo?"

                                            "Eu ""não"" estou sentindo NADA"





(Mudo)

Do verbo se sentia inutil
Mas não por saber-se analfabeto

Era por ser incompleta a palavra

Queria que as pessoas fossem-lhe
Por que no fundo as era

Para isso possuia apenas a palavra
Que era mesmo nervosa e rasteira

Queria abarcar o mundo
Já o havia abarcado

Lutava por ser
Sentido não fazia
Eles(não era possivel singularizar-lhe) entendia
Que tudo é










































É












































Do verbo Ser

Levantou-se
Respirou fundo
Lançou-se no espaço
e foi-se...


De tudo uma verdade

Alguem me acuda!

Estou solto!


Sobre os textos

Nem eu consigo gostar do que escrevo
Não tenho o poema como um filho
Nem procuro chicotear as palavras
Afim de obrigar-lhes a fazer sentido
Eu tento é ser É
Embora as vezes seja era ou será
Mas não se engane
Nem deixe que minha vaidade trate de engana-lo

É

Eu simplesmente gosto de escrever
E não importa mesmo parecer rascunho

Rajada

"É bala!!!"
Gritou alguem

Todos correram agachados
Desesperados
protegiam-se atrás dos carros

Ele não conseguia se curvar
Era doente
Andava ereto e com passos lentos

Não eram fogos
Não dessa vez
Eram mesmo balas

Ele percebeu que não eram confeitos
Quando uma tocou o meio de sua testa e fez pressão
Num instante despercebeu tudo

Morreu jovem
Não podia se curvar
Porque era doente



09/04/2009


Todos viajaram

12/04/2009

Todos voltaram
trazendo historias
Lembranças
Que iriam perder antes de fazerem as malas para a proxima viagem

Ele que não havia ido
Nem voltado
Não esqueceria nada

quarta-feira, 8 de abril de 2009

São VIII

Precisava ser
Mas não era
E em não ser
Era também

Precisava fazer coisas
Para que elas fossem
E ao não fazer
Elas já eram em também não ser

E assim seguia
e não seguia
Porque era sempre agora
E agora estamos sempre parados

São VII

Queria devorar tudo
Inclusive todas
Mas não podia

Soprou e tudo se fez culpa

Então devorou a si mesmo

São VI

Não queria dizer aquelas coisas para seu filho
Mas não havia vivido outras coisas para contar
Queria ter historias interessantes
Mas sua historia era não ter nada a contar

Seu filho a principio curioso baixou a cabeça
Fez um estalo com a boca e disse:
Pai, relaxa. vamos sair um pouco

São VI

Ele queria ser feliz
Então comprou flores
E as destribuiu pelas ruas

Também deu bom dia
boa tarde
boa noite

sorriu para todos

Desenhou um sol sorridente no chão
Para que a chuva não viesse

Chegou em casa e fez algo que nunca fazia
disse um bonito "eu te amo" para sua mãe

Mas ao chegar em seu quarto
Chorou

Gentes

"Na rua onde moro me chamam D. Carmem. Eu venho pra cá, porque gosto é de ser puta."
Disse Carmem Lúcia,49, na Praça do Diário

São V

Me deixa ser só verso
Que assim eu esqueço

Cansei de ser gente
Porque fazem questão de lembrar

me deixa ser só:
sk hgçsdfsdvnv
gdvçsdhn~çgk ashmg 
sdg ousdfm~gdm]ag 
sdfpg diug ]as,
 sg ~dashg ãskãsjm as
fkas ~dfihg as]gj₢ad
g asdfp´gsd ]gj]sdhg ASsfidhg ~dshgf
sd
cg dish g~sdh fg~sdhg

 cgosdh gc~sj 
g

Porquê é só Ser.

Mais que são

Menina
Eu quase chorei, menina
Pois que sei ser só esquecimento

Menina o q é isso tudo?
olhos
mãos
dedos
cabelos
sorrisos

Tão igual que é ainda

Menina
Eu chorei, menina
Pois que sei ser só esquecimento

Pedo

Nem verso
Nem céu
Nem mar azul

Nem amor pra rimar com dor

Nem flores de bem ou mal querer

Nem ursinhos
Nem papel de fita
nem metaforas sobre teu corpo nu

Menina cala teus 12 anos
Me deixa botar no teu cu

São III

Eu queria...
Eu queria...
eu queria...
Eu queria...

E de "ia" em "ia"
Tudo se foi

Eu me fui
E não consegui querer

São I

De pau duro ele pisava em sua cabeça

Amarrada ela só gemia
Se urinou de medo e dor

Ele pisava
e pisava

Estava nu
mas calçava botas

pisava com força

Até que ouviu um estalo

E gozou

Eduardo

Ele deslizou
como se sua mão de apoio tivesse encontrado uma barra
de manteiga
de sabão

Mas eram fezes

Provavelmente humanas

São II

O crocodilo já havia esmagado a cabeça de seu filhinho
Mas ele pulou as grades
E com as mãos abriu aquela imensa boca
que deixou o pequenino escorrer livre
Para o chão
Já estava morto
Mas ele queria
enterrá-lo


Ps: Este pai automaticamente lembrou das aventuras de Peter Pan ao se atracar com o crocodilo. Sentiu-se meio capitão gancho e jurava a si mesmo ter ouvido um tic-tac

São IV

O que é, o que é?
Tem voz e pau de homem
Jeito e corpo de mulher?

Eu não sei

mas assim como sushi

Eu quis

E vou comer

Segredos

Eu sei.
Eu sei..
Eu sei...

Não se envergonhe
Não se leve a mal

Eu só te quero leve

Eu sei.
Eu sei..
Eu sei...

Não se envergonhe
Não se leve a mal

Eu sei que você já tentou chupar o proprio pau

Estou perdendo a lucidez

Havia uma barata sob minha pele

Eu sei!

E todos sabem como detesto baratas

Eu quis chorar

Meu deus! Como detesto baratas!

Quis esmaga-la quando se mostrasse presente em algum relevo

Mas como depois me desfazer de milhares de pedaços de barata?

Corri para o quarto

Saquei um bisturi 

e cortei-me

todo

Mas não encontrava

Já chorava

Minha mãe me levou ao médico

Me costuraram todo

Me disseram que não havia barata alguma

Mas eu ainda sinto quando por dentro ela passa pela minha nuca

Tradição

Era esta quinta feira, Dia do Menino Morto
Era preciso escolher um menino bonito
Elas escolheram

Loirinho
cabelinho cacheado
-parece um anjinho- disse uma delas
não gostavam muito dos negrinhos
Pois não davam o contraste ideal às cores da festa

A mãe do menino choraaaava...
Mas sempre foi assim

Pronto

Deram banho no menino
Pentearam-lhe os cabelos
E perfumaram-lhe com colonia

Bastava agora que uma delas enfiasse uma longa lança no cu do pequeno
para que ele servisse de estandarte
Não havia com o q se assustar
Elas colocavam uma pequena madeira na horizontal
a uns quatro quintos do topo da lança
Assim ela não sairia pela boca do menino
expondo suas tripas
e espalhando o fedor de merda por onde passassem

Ele pouco gritou
Uma delas havia sentado suas partes nuas sobre sua boca
Ela havia se banhado
Talvez ele ja estivesse morto
Talvez estivesse desmaiado

Elas se vestiram com bonitas roupas 
feitas com retalhos brancos
pegaram uns pequenos tambores de lata
e sairam tamborilando pelas ruas

Eram em numero de 9
pulando e tocando pediam esmolas pelas casas
Uma delas dançava saltitante com o estandarte
Seu vestido já era vermelho e branco

Em pouco menos de uma hora já eram pra lá de cem
tomavam cerveja, beijavam-se, roçavam seus corpos
alguns fodiam ali mesmo
E havia muitas mulheres com os seios nus

Achavam uma graça ficar sob o estandarte
Brincavam de chuva
O estandarte correu de mão em mão
Os mais ousados carregavam ele baixinho
Só pra ver algumas mulheres mais afoitas
hora tentando hora conseguindo
Colocar o pau do anjinho na boca

Estavam todos se divertindo tanto
Num momento pularam tão alto com o estandarte
que quando o corpinho voltou ao seu lugar
A lança atravessou a parte de trás do seu pescoço
Todos riram

Já começava a ficar tarde quando chegaram ao seu destino
Desceram o menino do estandarte
E uma das nove o retalhou com uma serra de açougueiro
Tudo com muita habilidade
Para partes delicadas como orelhas, dedinhos e olhos ela usava um tipo de colher
que parecia bem amolada.

Uma outra, mais velha, tratava de ir colocando as partes em potinhosm de vidro cheios de formol
Eram souvernirs
Todos se amontoavam ao redor da senhora que organizava as vendas
Ninguem queria ir pra casa de mãos abanando


Comprei um olhinho
Muito mais caro que uma coxa ou sua pitoquinha
Mas era Azul. 

Queria ter trazido o cu para lhe dar
Mas parece que uma das senhoras ficou com ele
Então de lembrança te trouxe esta camisa que fora branca =)

terça-feira, 7 de abril de 2009

07/04/2009

Parabéns pelo meu desaniversário!

Pequeno drama a respeito da certeza da morte

Quem sou?
Não sei

De onde vim?
Não sei

Onde estou?
Não sei

Pra onde vou?
Até você sabe

Dr.Francisco... é...

-Eu sou um homem!!
eu sou um homem!!-ele gritava enquanto o cara já roçava a glande nos musculos contraidos do seu esfincter

-É a vida-foi a resposta

-A vida- pensou

Puto. tudo em turbilhão:

Desempregado
O dinheiro prestes a acabar

A angustia

As mulheres que não se permitia ter
A mulher em casa, que já não era sua
A corda pendurada que não ousava usar
Se entupia de remedios
Dormia
E não se deixava ver seu filho

Gostaria de pagar as contas

As vezes se ocupava ajeitando blusas que havia jogado no chão, mas não respeitaram o jeito certo de estar desajeitado

E a ansiedade
Perto da esquina temia que o onibus passasse antes que ele chegasse à parada
O celular tocava e algo lhe comprimia as entranhas

-Quero te dizer uma coisa- Alguem dizia
Seus olhos marejavam e seu corpo tremia inteiro

Nalguns dias esquecia de tomar banho
Não lembrava se escovou os dentes
Há algum tempo já não almoçava

As gentes não se davam conta
e diziam:
Corte seus cabelos

Agora que percebeu!
O cara já havia gozado
fechado o feixo eclair
Abotoado o cinto
E ia embora

Ele pouco se importou
Percebeu que mesmo antes daquilo tudo
Já chorava todo dia

sábado, 4 de abril de 2009

deletar

Eu sonhei que estava morto
E o meu eu de sonho só observava o que eu não era nada

Hoje num sonho atiraram em minha cabeça

-É isso. resta esperar- pensei

Senti medo, mas estava ansioso por matar a curiosidade
Morri e pelo que me recordo
foi bom

Talvez um incentivo.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Praça do Carmo

À minha esquerda repousa a Rua da Palma
Recostado à parede da igreja repouso eu

Não faço nada

As meninas da palma também estão ociosas
Falta-lhes cio

A mim falta coragem
Pois sei só ser palavra e medo

Este Recife mastiga as gentes
E cospe

Este Recife é feio e sujo

Pessoas cagam no chao durante as madrugadas
De manhã os pombos comem

Eu adoro
E sorrio

Recife, ainda é meio dia
Eu te espero anoitecer
Sei que a putrefaçao de tua carne será ainda melhor

Recife, poucos sabem o que se esconde sob as sombras de tuas altas palmeiras.

Praça do diario

Aqui todas as magoas parecem se debulhar em sorrisos

São todos putas

Homens e mulheres
Cada qual a espera de seu pagamento

Alguns se beijam
outros se envaidecem
exibindo suas calcinhas fio-dental
enterradas em seus corpos de beleza reconhecida por poucos

Eu sou um dos poucos
E também sou agora puta a espera de algo que me pague

-Eu quero uma dinheiro e uma rola dura!- grita a puta gorda
Não é só uma questão de dinheiro

Do meu lado alguem vende pedras

Ah, Praça do Diário!
Abre os braços
e me deixa ser um dos teus
que estou cansado de fingir

Só um pergunta:
Essas meninas, quem compra?

O2

E essa não é uma daquelas coisas sobre as quais eu simplesmente te digo "isso passa"
Porquê não passa
Só se vai junto com a gente

você nunca mais
nunca mais
vai ver aquele homem
tocar aquele homem
sentir aquele cheiro de homem velho que era só dele
Ou o calor amoroso que ele costumava te dar

E você vai querer devorar tudo o que resta
roupas, fotos,a tinta das paredes do quarto, um lençol que esqueceram de esquecer
Eu só posso ser duro:
Não adianta

Mas você vai aprender a sorrir denovo
vai sair denovo
vai se dar o luxo de sentir prazer
E talvez até pensar que esqueceu
Mas nem sequer por um momento vai ter deixado de doer

Natais
Anos novos
Pascoas
aniversarios
e algumas outras datas muito mais particulares nunca mais vão ser como antes

Já passados anos você ainda vai chorar
quando arcordar cedo
for até um certo quarto e sussurar
-Bom dia-

quarta-feira, 1 de abril de 2009

01/04/2009

Hoje eu fui a melhor mentira que eu poderia inventar

terça-feira, 31 de março de 2009

Pensando

Meu DEUS sabe quanto é grande meu amor por Ele
E Eu sei que isso pouco importa
Meu Deus se desfaz em sorrisos à poesia que brinca com seu nome

A blasfemia está para os homens
para os Deuses apenas o gozo do verbo

Entre um ALELUIA! e um AMÉM.
Acho que ouviu-se um "Vai tomar no cu"
Jesus, Sidarta, maomé e outros colegas não contiveram os sorrisos

Era amor pelo homem
E do homem o direito de ser palavra

Mas os homenzinhos que sem saber eram grandes como Deus
Ergueram suas espadas e cortaram a cabeça de um santo
só por causa de um "vai tomar no cu"

Jesus e seus colegas não disseram nada
Há tempos falaram demais.

Era o amor
somente o amor

Mas eles só queriam saber quem estava certo ou errado.

Tomai e bebei


Ele queria pôr pra fora tudo aquilo que sentia por dentro
Então sangrou
E sorriu com o gosto enferrujado que saia de si mesmo
Não era a primeira vez que sentia toda aquela desexistêcia tomar conta de seu eu
Mas era sempre uma vez

Poderia vir com gosto de nuvens, marshmallows ou sashimis de salmão
Mas não
E ele queria que não
Porque adorava no que se fartava com o gosto puro de gente

calado era voz ativa que calava toda a casa
Nem queria tomar banho
Queria dormir de suor e sangue
mas mesmo a contra gosto se banhou
não se esfregou muito
deixou uma ou outra mancha perdida em seu corpo
não queria se esquecer assim tão rapido.
seus cabelos ainda fediam
e era bom.

no dia de amanhã ele chorou.

É o meu sangue
Tomo e bebo
Faço isto em memória de mim
Hoje é sempre
Séculos e sem fim.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Dorme!

As vezes penso que sei de algumas coisas
E então sorrio daquele jeito
Mais pra mim mesmo
do que para quem está aqui fora

Aqui fora ou aí dentro
tudo de mim

Eu sempre penso que sei de alguma coisa
Mas não sei chegar ao fim de coisa alguma

Então fica tarde e eu sempre choro

Cine Multiplex

Aqui é pequeno e abafado
Aqui é solitario e constrangedor
não dá pra saber se é dentro ou fora

É vazio e quente como o inferno
Mas só doi um pouco
A cada instante um pouco mais
e sem que eu me dê conta já enxuguei as lagrimas

Aqui é muito quente
O suor faz com que meus olhos ardam
Mas também faz com que brilhem de forma incomum

Meus olhos são negros

Eu vou para o cinema
O filme não interessa
Lá no multiplex faz frio.

domingo, 29 de março de 2009

Pensando

Amores plenos estão para os pequenos corações
Um coração enorme há de acolher varios amores

quinta-feira, 26 de março de 2009

Durma bem

Raspa de tacho
Panela queimada
barro preto

hoje eu não vou dormir
mas vou bem

Mais uma vez


o pulso pinga

vago
                                                                  .  
                                                                 ee 
                                                              p o o p
                                                             oslu ulso
                                                           agnip pinga
                                                             gnip ping
                                                               nippin

Aceite devolta Senhor, este medo constrangedor
Porque como homem eu também tenho o direito de morrer quando quiser

quarta-feira, 25 de março de 2009

Coroa de espinhos

Ontem à noite fora palavra
e nele teu sexo

dele todos os braços
caricias
sem nexo, sem falo
mas mãos e bocas

sem surdina, sem culpa
sem coroa de espinho

sem nada

mas ele fora apenas palavra.


segunda-feira, 23 de março de 2009



Cedro

No abismo do medo
Em minha alma segredos
Uma folha com o nome de todas as coisas

A hora, o que fazer...
Nascer, crescer, viver, morrer...
Talvez a rasura de todas as folhas...

Um anjo
Um pagão
A vida cheia de nãos

Um saco de folhas secas no chão

Homens sem asas 
Deuses sem casa

Suspenso
Tenso
Um prego
Penso

No abismo do medo
Volto a dormir
Porque ainda é cedo

Esquizo

Mas a vida vai na ponta da faca
E a faca chora sem compaixão
Num momento o sentido da saudade

O desejo move montanhas
Faz deus existir
Massacra aquele que não ganha

E o sentido da vida está na placa
Aquela indicando contra-mão
É o segredo contido na vontade

O segredo...

Aleluia

Não como quem ora
Mas como quem repousa os olhos no firmamento

E o sumo da maçã que escorre da boca...

Não de um golpe de sorte
Mas como quem bate
beija
goza
E não precisa trilhar o caminho de santiago
Se banhar no gangees
se esquecer sob a aurora boreal
para perceber que é infinito
E que simplesmente É.

Pedras

EU colecionava pedras
Mas não precisavam ser bonitas
Não tinham brilho, ou valor
Lembro bem...

...Um caco de tijolo...

EU zelava por ele
EU Temia que quebrasse
EU sabia que se acontecesse
jamais seria o que era agora

Os atomos todos alí
Mas divorciados
Amadurecidos em pedrinhas

Mas não mais pedra

EU não sei
Mas acho que era esse
o meu jeito egoista 
de contemplar a singularidade do infinito

Desabafo

                              Eu te amo

Eu te amo

      Eu te amo

                                           Eu te amo

                  Eu te amo

                                                                Eu te amo

Eu te amo

                                              Eu te amo

quarta-feira, 18 de março de 2009

N.79

Hoje meu filho chorou
Era entre cedo e tarde
E meu filho chorou


Hoje eu também chorei
Entre cedo e tarde
Eu chorei

E não estava só

Rua da palma
Numero 79

Todo dia eu choro
E o meu filho está só
Ele nem sempre chora

Todo dia eu choro
Mesmo que esqueça as lagrimas
Mas ele nunca sente fome

Rua da palma
Numero 79
Cada degrau é uma lagrima que esqueci

Sou puta sim!
Dou cu, priquito e chupo rola...

...Quem quiser me chame "mulher de vida fácil"

terça-feira, 17 de março de 2009

Por isso vivo

Mas eu todos os dias encontro novos motivos para morrer denovo.

Roadtrip

Tarde da noite
de brincadeira
Pisca o triangulo
de luz vermelha
É o meu sexo 
no reflexo do pequeno espelho
E tua boca
Que hora sim
Hora não
Se faz presente

Também teu sexo se desfaz em minha mão

Sangue e piche

Do fundo de meu coração jovial
Cheio de edemas colericos
jorram infinitos gritos histericos
Feridas nuas tratadas à sal

Minha quimeras poluidas por nuvens negras
Já não me permitem mais ter sono
São lamurios dos corpos vivos que como
E grunhidos de uma surda-muda cega

Peço ao deus da ciência que os vermes me comam com delicadeza
Como fazem os velhos burgueses à mesa
Mas vorazmente devorem-me os olhos que só enxergaram o mal

O musculo no peito bombeando piche quente
e meu estômago revolto que incessantemente regurgita gente
Matam-me a esperança de enxergar um bom final



Todo aquele que se vai

Alguns ganharam o que achavam ser muito dinheiro

Outros viraram médicos ou advogados

Uns foram às ruas sorrindo, mas choravam muito dentro de casa

Alguns acenaram de longe

Outros nos chamaram. Por educação talvez

Uns receberam seguro desemprego e abriram um negocio

Alguns faliram e mancharam seus paletós de sangue

Outros foram ao funeral

todos se foram

Pois eram desde o principio idosos.



Perfil

Já era um homem
ainda um menino
Leonino
Não jogava bola
pião
papagaio
mas gostava de canetas
cadernos
maquinas de escrever
LPs
chico, caetano e gil
um dia sonhou que era poeta
e até hoje sonha (e chora)
amigos tinha uns dois
não sabia dizer o que foi
mas logo se viu com um só
amava as putas
feias e pobres
sorria à praça do diario
e era todo alegria
nos baixos meretricios
era cheio de signos e magia
um amuleto pra cada dia
peregrino da imaginaçao
amava mulheres de beleza pouca
dispostas quando sem roupa
pois que amava ser palavrão
gemido e sorriso
amava era ser amado
não acreditavea no amor
e por isso foi condenado a amar demais

domingo, 15 de março de 2009



Estupro

Reza ao santo anjo para que ele não queira também teu rabo
Pois do jeito que as coisas vão o resultado pode ser pior

Dele faltam uns dentes
De você alguns fio de cabelo

Mas ele vai e vem
vai e vem
vai e vem
vai...

E não volta...

Não finja gostar
pode ser pior

Espera

E se ele colocar no teu rabo
Reza ao santo anjo
Ele logo vai...



Poderia ser um amigo

Eu vi...
Enquanto você via
Eu vi...

E era tão nostalgico
Teu meio sorriso

Esperando que ele visse
Mas ele não viu

Teus olhos
de tão doces lembranças
se fecharam

Não há culpa
Ele era realmente melhor do que eu



Dos Eus

Todo corpo é pouco
É o pó
Todo penso é ôco
É o caos
Um caco de firmamente
Ri aos quatro ventos
Acha demais ser sentimento...
E é pó...

sexta-feira, 13 de março de 2009

Magdala ou Do bíblico conhecer

Cicuta.Pulsa meu peito.Mentira.Cicuta
Labuta desforra meu leito.Mentira.Labuta
Do aço, mel de fresta em festa, no corpo melaço
Moenda.Tão pouco me renda, da cana bagaço

La bruta. Meu ventre do avesso: La bruta labuta
Desfruta toda lingua-fel no meu corpo cicuta
Que em cada pedra sangrada a mácula desfaço
Labuta.Cicuta.Labuta q em puta me faço

E a derme de sangue metade lavada: Labuta
A cama, o nada, a prata... Foi vinho. É cicuta
O todo de mim faço parte que a tantos completa
Menina à flor dos olhos por ser descobertos

Vício d´alma feita em pedra. lagrima e cicuta.
Na fome de alcova, de falo, de vida...Labuta
O quarto noite vermelha de culpa me aperta.
No cais ao nu caos do porto o luzeiro desperta.

Lanço-me aos labios do cristo. Sufoco de luz.
Rasgo-me carne de gente
O conheço na cruz.

quinta-feira, 12 de março de 2009



Severina Menina

Onde está
Esperança menina
minha mãe?

Você precisa viver de perto
Saber de certo que o deserto
não se acaba nas miragens de silício

E que o tato de fato 
Não é precipício
Há morte e vida...

E o unico branco que dá brilho
É cocaína.

Puca Palíu

Os dias andam meio cinzentos

Parece que todos andam meio gripados neste carnaval

É tudo meio quarta-feira de cinzas

E eu aqui perco tempo tentando inventar historias

Meu filho está gripado
Mas nem percebe o cinza da manhã
Quer brincar, pular
dançar, cantar

Com os olhos marejados
O nariz escorrendo
E com uma vozinha anasalada ele pergunta:

-Papai, a gente vai pro carnaval ontem?-

Meu filho me faz rir
É uma dessas pessoas raras
Desde que aprendeu a falar decidiu cantar a beleza das coisas.
Pra ele tudo é lindo (Por mais que não seja)
Pra lá de Caetano e Gil

Hoje está chovendo
E ele quer cantar e dançar no carnaval

.
.
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-Ama papai, tatan?-
.
.
.

Ele então de proposito esquece as palavras e ama:

-Oi!- Sorriem seus vinte e poucos dentes de leite

Me parece que não está mais tão cinza
O sol só está um tanto acanhado

É carnaval e meu filho quer chachoalhar o esqueleto...




Ps.: E ele nem está tão gripado assim...

Enteogenesis

Hoje o dia é de brinquedo
Mamãe morre de medo

Hoje o dia amanheceu num chapeu
Caleidoscopicolorido
Holotropica visão

Psicodelicamente
as serpentes tomam banho de rio

-Rio-

Eu seria dia e não
Estrelas todas cadentes
Meus são os olhos das videntes

Ser todo "É"

Querida, 
Antes da terra
Me coma

Eu vejo tudo...

E sou eu



18-09-2007 (P/ tia Nadir)







Neste dia as trombetas do quintal calaram toda sua brancura











سمكسمكسمك

Ela chega perto

-سمكسمكسمكسمكسمكسمكسمكسمكسمك-

Eu de ansiendade penso

-Que lingua é essa??-

Mais tarde

.
.
.
.

Eu mais dentro do que perto

Me pergunto:

-Que lingua é essa!?!?-



O que é, o que é?

Está nos pulsos cortados do suicida
No rompimento do lacre vaginal
Nas lagrimas de quem chora o morto
Nos leitos do hospital

Está nas sete chagas de cristo
No beijo de judas
No ocio e na labuta
Na duvida e na verdade absoluta


Brasis

Nos braços de uma mãe apatica
Jaz a criança morta
Feto putrefato, figura torta
Caçada pelo universo de forma sarcastica

Dorme nos braços da mãe, infinitamente
A criança debil, facilmente abatida
Lá, pobre, podre, sem vida
Sem lagrimas vai-se o pequeno indigente

E aquela mãe parece chorar, mas não chora
já que esquecerá em menos de uma hora
Quando voltar a lembrar da fome

Aquela mãe parece sentir-se mal
Ao ver o chão de fogo infernal
coberto por covas sem nome

Parece sentir, mas não sente
Parece sentir, mas não sente
Parece sentir, mas não sente

Pó e vento

Vento
Sinto frio
Tempo
Sou frio

Com o tempo de tudo esqueço
Do telefone de casa
Do caminho devolta
Das pessoas que amo
Das que não amo
Do numero de meu sapato

Então esqueço os dias da semana
O aniversario de minha mãe
O nome de meu filho
Que quero ir ao banheiro
Que não fui

Com o tempo me esquecem

Tempo
Vento



Outro Oleiro

Fogos de artificio
Oficio
Oleiro de palavras
Lavrador
Inocentemente
Mente apaixonado



Eu descobri o que a morte é (Bal e Tuca Danda)


Eu descobri o que a morte é.

Eu descobri o que a morte...

Eu descobri o que há.

Eu descobri o quê?

Eu descobri o...

Eu descobri!

Eu?

Apenas obvio

Lá fora segue a vida
Aqui dentro continua

E a morte flerta as duas

Ama tanto uma quanto a outra

Embora uma seja mais exibida
Deixe por mais vezes seus peitos nus à mostra

A morte suspira entre sorizinhos apaixonados

Não importa por qual janela observe

Desencarnação

Sopra suave e quem vai chegar já se arrepia

Ela não brinca ou prega sustos

É o que é
É

...

A morte faz visitas raras
Embora frequentes

A despedida do velho homem

Velho homem, quem será?
Quantas respostas te dá o tempo?
Chora que a vida continua
N´outras caras e casas
Sapatilhas de vidro não desgastam
E o silêncio de outro dia se refaz
Impreciso.
Erguem-te a face
Na testa um beijo
É preciso ser sagaz
Toma esta mascara
Sufoca em teu disfarce
Fecha teus dois olhos de tâmara
E vai em paz

Fendas e Falos

Aprenda
Na estreita fenda
há carne
Cornucopia
Há prenda
Na estreita fenda

Na fenda
Há o que falo
O que há pouco 
Não se via
E o homem
segue a via
Da fenda
Aqui no falo

quarta-feira, 11 de março de 2009

Querida,

São 17h00...
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Tiro a camisa...
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Finalmente só...
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Chego em casa...
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Foram tantos passos, mas não basta...
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São 18h00...
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...
....
.....
Morro mais e um pouco mais...
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Querida, eu só sei brincar....

Sua mãe e seus castigos

O vestido ficava mais bonito no chão

Quem nunca chorou a morte de uma estrela
Não aceitou o obvio só para permanecer no belo

Talvez a alegria do passado te espere no futuro

Não foi você quem mudou
As coisas é que sairam do lugar


Ps.: Espero que você possa sair para ver Jesus voltar.

terça-feira, 10 de março de 2009



Juanito

Num degrau um gato cego
Em cada olho um prego
Sonha um dia conhecer a rua

Mais atrás o cão caçoa
cantando sua lôa:

-Au au au au au au-*

E dizem que é do gato o gênio de ser mau

Cabisbaixo, meia volta
Volta e meia, nem se importa
Lagrimas no quintal
Mas longe dos olhos do cão

_________________________________*Olha lá que gatinha!



Azougado

Pra que sorria, Maria?
Pra que foi dar trela a caboclo azougado?
Pra que os dedos com tanta estripolia nos cabelos?
Pra que passava e olhava pra trás?
E ainda sorria, Maria?


......................................................................................................Sou pequenininha de perninha grossa
.......................................................................................................uso sainha curta que papai não gosta...


O ego é foda, Maria
Mas onde o nosso come, o do outro espreita

Maria, só um conselho:
Não sorria tanto com tão poucos dentes
E deixe os outros esquecerem teus cabelos
E como dizem nos filmes: Vá e não olhe pra trás!

Pra que sorria, Maria?

.........................................Pra que sorria?
..................................................................................................................Pra que sorria?
................................................................Pra que sorria?
.....................................................Pra que sorria?
............................................................................................................Pra que sorria?

Agora com a boca calada a pulso
Só escuta:

"Estoura essa puta"

segunda-feira, 9 de março de 2009



Elefantiase

Eu quero me encontrar num bloco
E nele me perder

Quero gritar parado na ponte de ferro
Destronar o rei de lá
Eleito por suas raras deformidades
charmosa filariose

Eu quero ser o germe

Também quero ser puta da praça do diario
Lavar a buceta numa bacia
agua suja
E eu ser bacia
água

Eu quero ser puto
Mergulhado nas caricias tristes do cinemix

Eu seria boca
falo
mas nunca beijo

Eu queria pintar os cabelos
Malhar
ter novos namorados para exibir

Eu seria a carrocinha de cd pirata
seria cd
seria musica

Eu queria que o recife sujo parasse
Se esquecesse que não sou nada
E por um instante fosse eu...