quarta-feira, 8 de abril de 2009

Tradição

Era esta quinta feira, Dia do Menino Morto
Era preciso escolher um menino bonito
Elas escolheram

Loirinho
cabelinho cacheado
-parece um anjinho- disse uma delas
não gostavam muito dos negrinhos
Pois não davam o contraste ideal às cores da festa

A mãe do menino choraaaava...
Mas sempre foi assim

Pronto

Deram banho no menino
Pentearam-lhe os cabelos
E perfumaram-lhe com colonia

Bastava agora que uma delas enfiasse uma longa lança no cu do pequeno
para que ele servisse de estandarte
Não havia com o q se assustar
Elas colocavam uma pequena madeira na horizontal
a uns quatro quintos do topo da lança
Assim ela não sairia pela boca do menino
expondo suas tripas
e espalhando o fedor de merda por onde passassem

Ele pouco gritou
Uma delas havia sentado suas partes nuas sobre sua boca
Ela havia se banhado
Talvez ele ja estivesse morto
Talvez estivesse desmaiado

Elas se vestiram com bonitas roupas 
feitas com retalhos brancos
pegaram uns pequenos tambores de lata
e sairam tamborilando pelas ruas

Eram em numero de 9
pulando e tocando pediam esmolas pelas casas
Uma delas dançava saltitante com o estandarte
Seu vestido já era vermelho e branco

Em pouco menos de uma hora já eram pra lá de cem
tomavam cerveja, beijavam-se, roçavam seus corpos
alguns fodiam ali mesmo
E havia muitas mulheres com os seios nus

Achavam uma graça ficar sob o estandarte
Brincavam de chuva
O estandarte correu de mão em mão
Os mais ousados carregavam ele baixinho
Só pra ver algumas mulheres mais afoitas
hora tentando hora conseguindo
Colocar o pau do anjinho na boca

Estavam todos se divertindo tanto
Num momento pularam tão alto com o estandarte
que quando o corpinho voltou ao seu lugar
A lança atravessou a parte de trás do seu pescoço
Todos riram

Já começava a ficar tarde quando chegaram ao seu destino
Desceram o menino do estandarte
E uma das nove o retalhou com uma serra de açougueiro
Tudo com muita habilidade
Para partes delicadas como orelhas, dedinhos e olhos ela usava um tipo de colher
que parecia bem amolada.

Uma outra, mais velha, tratava de ir colocando as partes em potinhosm de vidro cheios de formol
Eram souvernirs
Todos se amontoavam ao redor da senhora que organizava as vendas
Ninguem queria ir pra casa de mãos abanando


Comprei um olhinho
Muito mais caro que uma coxa ou sua pitoquinha
Mas era Azul. 

Queria ter trazido o cu para lhe dar
Mas parece que uma das senhoras ficou com ele
Então de lembrança te trouxe esta camisa que fora branca =)

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