terça-feira, 31 de março de 2009

Pensando

Meu DEUS sabe quanto é grande meu amor por Ele
E Eu sei que isso pouco importa
Meu Deus se desfaz em sorrisos à poesia que brinca com seu nome

A blasfemia está para os homens
para os Deuses apenas o gozo do verbo

Entre um ALELUIA! e um AMÉM.
Acho que ouviu-se um "Vai tomar no cu"
Jesus, Sidarta, maomé e outros colegas não contiveram os sorrisos

Era amor pelo homem
E do homem o direito de ser palavra

Mas os homenzinhos que sem saber eram grandes como Deus
Ergueram suas espadas e cortaram a cabeça de um santo
só por causa de um "vai tomar no cu"

Jesus e seus colegas não disseram nada
Há tempos falaram demais.

Era o amor
somente o amor

Mas eles só queriam saber quem estava certo ou errado.

Tomai e bebei


Ele queria pôr pra fora tudo aquilo que sentia por dentro
Então sangrou
E sorriu com o gosto enferrujado que saia de si mesmo
Não era a primeira vez que sentia toda aquela desexistêcia tomar conta de seu eu
Mas era sempre uma vez

Poderia vir com gosto de nuvens, marshmallows ou sashimis de salmão
Mas não
E ele queria que não
Porque adorava no que se fartava com o gosto puro de gente

calado era voz ativa que calava toda a casa
Nem queria tomar banho
Queria dormir de suor e sangue
mas mesmo a contra gosto se banhou
não se esfregou muito
deixou uma ou outra mancha perdida em seu corpo
não queria se esquecer assim tão rapido.
seus cabelos ainda fediam
e era bom.

no dia de amanhã ele chorou.

É o meu sangue
Tomo e bebo
Faço isto em memória de mim
Hoje é sempre
Séculos e sem fim.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Dorme!

As vezes penso que sei de algumas coisas
E então sorrio daquele jeito
Mais pra mim mesmo
do que para quem está aqui fora

Aqui fora ou aí dentro
tudo de mim

Eu sempre penso que sei de alguma coisa
Mas não sei chegar ao fim de coisa alguma

Então fica tarde e eu sempre choro

Cine Multiplex

Aqui é pequeno e abafado
Aqui é solitario e constrangedor
não dá pra saber se é dentro ou fora

É vazio e quente como o inferno
Mas só doi um pouco
A cada instante um pouco mais
e sem que eu me dê conta já enxuguei as lagrimas

Aqui é muito quente
O suor faz com que meus olhos ardam
Mas também faz com que brilhem de forma incomum

Meus olhos são negros

Eu vou para o cinema
O filme não interessa
Lá no multiplex faz frio.

domingo, 29 de março de 2009

Pensando

Amores plenos estão para os pequenos corações
Um coração enorme há de acolher varios amores

quinta-feira, 26 de março de 2009

Durma bem

Raspa de tacho
Panela queimada
barro preto

hoje eu não vou dormir
mas vou bem

Mais uma vez


o pulso pinga

vago
                                                                  .  
                                                                 ee 
                                                              p o o p
                                                             oslu ulso
                                                           agnip pinga
                                                             gnip ping
                                                               nippin

Aceite devolta Senhor, este medo constrangedor
Porque como homem eu também tenho o direito de morrer quando quiser

quarta-feira, 25 de março de 2009

Coroa de espinhos

Ontem à noite fora palavra
e nele teu sexo

dele todos os braços
caricias
sem nexo, sem falo
mas mãos e bocas

sem surdina, sem culpa
sem coroa de espinho

sem nada

mas ele fora apenas palavra.


segunda-feira, 23 de março de 2009



Cedro

No abismo do medo
Em minha alma segredos
Uma folha com o nome de todas as coisas

A hora, o que fazer...
Nascer, crescer, viver, morrer...
Talvez a rasura de todas as folhas...

Um anjo
Um pagão
A vida cheia de nãos

Um saco de folhas secas no chão

Homens sem asas 
Deuses sem casa

Suspenso
Tenso
Um prego
Penso

No abismo do medo
Volto a dormir
Porque ainda é cedo

Esquizo

Mas a vida vai na ponta da faca
E a faca chora sem compaixão
Num momento o sentido da saudade

O desejo move montanhas
Faz deus existir
Massacra aquele que não ganha

E o sentido da vida está na placa
Aquela indicando contra-mão
É o segredo contido na vontade

O segredo...

Aleluia

Não como quem ora
Mas como quem repousa os olhos no firmamento

E o sumo da maçã que escorre da boca...

Não de um golpe de sorte
Mas como quem bate
beija
goza
E não precisa trilhar o caminho de santiago
Se banhar no gangees
se esquecer sob a aurora boreal
para perceber que é infinito
E que simplesmente É.

Pedras

EU colecionava pedras
Mas não precisavam ser bonitas
Não tinham brilho, ou valor
Lembro bem...

...Um caco de tijolo...

EU zelava por ele
EU Temia que quebrasse
EU sabia que se acontecesse
jamais seria o que era agora

Os atomos todos alí
Mas divorciados
Amadurecidos em pedrinhas

Mas não mais pedra

EU não sei
Mas acho que era esse
o meu jeito egoista 
de contemplar a singularidade do infinito

Desabafo

                              Eu te amo

Eu te amo

      Eu te amo

                                           Eu te amo

                  Eu te amo

                                                                Eu te amo

Eu te amo

                                              Eu te amo

quarta-feira, 18 de março de 2009

N.79

Hoje meu filho chorou
Era entre cedo e tarde
E meu filho chorou


Hoje eu também chorei
Entre cedo e tarde
Eu chorei

E não estava só

Rua da palma
Numero 79

Todo dia eu choro
E o meu filho está só
Ele nem sempre chora

Todo dia eu choro
Mesmo que esqueça as lagrimas
Mas ele nunca sente fome

Rua da palma
Numero 79
Cada degrau é uma lagrima que esqueci

Sou puta sim!
Dou cu, priquito e chupo rola...

...Quem quiser me chame "mulher de vida fácil"

terça-feira, 17 de março de 2009

Por isso vivo

Mas eu todos os dias encontro novos motivos para morrer denovo.

Roadtrip

Tarde da noite
de brincadeira
Pisca o triangulo
de luz vermelha
É o meu sexo 
no reflexo do pequeno espelho
E tua boca
Que hora sim
Hora não
Se faz presente

Também teu sexo se desfaz em minha mão

Sangue e piche

Do fundo de meu coração jovial
Cheio de edemas colericos
jorram infinitos gritos histericos
Feridas nuas tratadas à sal

Minha quimeras poluidas por nuvens negras
Já não me permitem mais ter sono
São lamurios dos corpos vivos que como
E grunhidos de uma surda-muda cega

Peço ao deus da ciência que os vermes me comam com delicadeza
Como fazem os velhos burgueses à mesa
Mas vorazmente devorem-me os olhos que só enxergaram o mal

O musculo no peito bombeando piche quente
e meu estômago revolto que incessantemente regurgita gente
Matam-me a esperança de enxergar um bom final



Todo aquele que se vai

Alguns ganharam o que achavam ser muito dinheiro

Outros viraram médicos ou advogados

Uns foram às ruas sorrindo, mas choravam muito dentro de casa

Alguns acenaram de longe

Outros nos chamaram. Por educação talvez

Uns receberam seguro desemprego e abriram um negocio

Alguns faliram e mancharam seus paletós de sangue

Outros foram ao funeral

todos se foram

Pois eram desde o principio idosos.



Perfil

Já era um homem
ainda um menino
Leonino
Não jogava bola
pião
papagaio
mas gostava de canetas
cadernos
maquinas de escrever
LPs
chico, caetano e gil
um dia sonhou que era poeta
e até hoje sonha (e chora)
amigos tinha uns dois
não sabia dizer o que foi
mas logo se viu com um só
amava as putas
feias e pobres
sorria à praça do diario
e era todo alegria
nos baixos meretricios
era cheio de signos e magia
um amuleto pra cada dia
peregrino da imaginaçao
amava mulheres de beleza pouca
dispostas quando sem roupa
pois que amava ser palavrão
gemido e sorriso
amava era ser amado
não acreditavea no amor
e por isso foi condenado a amar demais

domingo, 15 de março de 2009



Estupro

Reza ao santo anjo para que ele não queira também teu rabo
Pois do jeito que as coisas vão o resultado pode ser pior

Dele faltam uns dentes
De você alguns fio de cabelo

Mas ele vai e vem
vai e vem
vai e vem
vai...

E não volta...

Não finja gostar
pode ser pior

Espera

E se ele colocar no teu rabo
Reza ao santo anjo
Ele logo vai...



Poderia ser um amigo

Eu vi...
Enquanto você via
Eu vi...

E era tão nostalgico
Teu meio sorriso

Esperando que ele visse
Mas ele não viu

Teus olhos
de tão doces lembranças
se fecharam

Não há culpa
Ele era realmente melhor do que eu



Dos Eus

Todo corpo é pouco
É o pó
Todo penso é ôco
É o caos
Um caco de firmamente
Ri aos quatro ventos
Acha demais ser sentimento...
E é pó...

sexta-feira, 13 de março de 2009

Magdala ou Do bíblico conhecer

Cicuta.Pulsa meu peito.Mentira.Cicuta
Labuta desforra meu leito.Mentira.Labuta
Do aço, mel de fresta em festa, no corpo melaço
Moenda.Tão pouco me renda, da cana bagaço

La bruta. Meu ventre do avesso: La bruta labuta
Desfruta toda lingua-fel no meu corpo cicuta
Que em cada pedra sangrada a mácula desfaço
Labuta.Cicuta.Labuta q em puta me faço

E a derme de sangue metade lavada: Labuta
A cama, o nada, a prata... Foi vinho. É cicuta
O todo de mim faço parte que a tantos completa
Menina à flor dos olhos por ser descobertos

Vício d´alma feita em pedra. lagrima e cicuta.
Na fome de alcova, de falo, de vida...Labuta
O quarto noite vermelha de culpa me aperta.
No cais ao nu caos do porto o luzeiro desperta.

Lanço-me aos labios do cristo. Sufoco de luz.
Rasgo-me carne de gente
O conheço na cruz.

quinta-feira, 12 de março de 2009



Severina Menina

Onde está
Esperança menina
minha mãe?

Você precisa viver de perto
Saber de certo que o deserto
não se acaba nas miragens de silício

E que o tato de fato 
Não é precipício
Há morte e vida...

E o unico branco que dá brilho
É cocaína.

Puca Palíu

Os dias andam meio cinzentos

Parece que todos andam meio gripados neste carnaval

É tudo meio quarta-feira de cinzas

E eu aqui perco tempo tentando inventar historias

Meu filho está gripado
Mas nem percebe o cinza da manhã
Quer brincar, pular
dançar, cantar

Com os olhos marejados
O nariz escorrendo
E com uma vozinha anasalada ele pergunta:

-Papai, a gente vai pro carnaval ontem?-

Meu filho me faz rir
É uma dessas pessoas raras
Desde que aprendeu a falar decidiu cantar a beleza das coisas.
Pra ele tudo é lindo (Por mais que não seja)
Pra lá de Caetano e Gil

Hoje está chovendo
E ele quer cantar e dançar no carnaval

.
.
.
-Ama papai, tatan?-
.
.
.

Ele então de proposito esquece as palavras e ama:

-Oi!- Sorriem seus vinte e poucos dentes de leite

Me parece que não está mais tão cinza
O sol só está um tanto acanhado

É carnaval e meu filho quer chachoalhar o esqueleto...




Ps.: E ele nem está tão gripado assim...

Enteogenesis

Hoje o dia é de brinquedo
Mamãe morre de medo

Hoje o dia amanheceu num chapeu
Caleidoscopicolorido
Holotropica visão

Psicodelicamente
as serpentes tomam banho de rio

-Rio-

Eu seria dia e não
Estrelas todas cadentes
Meus são os olhos das videntes

Ser todo "É"

Querida, 
Antes da terra
Me coma

Eu vejo tudo...

E sou eu



18-09-2007 (P/ tia Nadir)







Neste dia as trombetas do quintal calaram toda sua brancura











سمكسمكسمك

Ela chega perto

-سمكسمكسمكسمكسمكسمكسمكسمكسمك-

Eu de ansiendade penso

-Que lingua é essa??-

Mais tarde

.
.
.
.

Eu mais dentro do que perto

Me pergunto:

-Que lingua é essa!?!?-



O que é, o que é?

Está nos pulsos cortados do suicida
No rompimento do lacre vaginal
Nas lagrimas de quem chora o morto
Nos leitos do hospital

Está nas sete chagas de cristo
No beijo de judas
No ocio e na labuta
Na duvida e na verdade absoluta


Brasis

Nos braços de uma mãe apatica
Jaz a criança morta
Feto putrefato, figura torta
Caçada pelo universo de forma sarcastica

Dorme nos braços da mãe, infinitamente
A criança debil, facilmente abatida
Lá, pobre, podre, sem vida
Sem lagrimas vai-se o pequeno indigente

E aquela mãe parece chorar, mas não chora
já que esquecerá em menos de uma hora
Quando voltar a lembrar da fome

Aquela mãe parece sentir-se mal
Ao ver o chão de fogo infernal
coberto por covas sem nome

Parece sentir, mas não sente
Parece sentir, mas não sente
Parece sentir, mas não sente

Pó e vento

Vento
Sinto frio
Tempo
Sou frio

Com o tempo de tudo esqueço
Do telefone de casa
Do caminho devolta
Das pessoas que amo
Das que não amo
Do numero de meu sapato

Então esqueço os dias da semana
O aniversario de minha mãe
O nome de meu filho
Que quero ir ao banheiro
Que não fui

Com o tempo me esquecem

Tempo
Vento



Outro Oleiro

Fogos de artificio
Oficio
Oleiro de palavras
Lavrador
Inocentemente
Mente apaixonado



Eu descobri o que a morte é (Bal e Tuca Danda)


Eu descobri o que a morte é.

Eu descobri o que a morte...

Eu descobri o que há.

Eu descobri o quê?

Eu descobri o...

Eu descobri!

Eu?

Apenas obvio

Lá fora segue a vida
Aqui dentro continua

E a morte flerta as duas

Ama tanto uma quanto a outra

Embora uma seja mais exibida
Deixe por mais vezes seus peitos nus à mostra

A morte suspira entre sorizinhos apaixonados

Não importa por qual janela observe

Desencarnação

Sopra suave e quem vai chegar já se arrepia

Ela não brinca ou prega sustos

É o que é
É

...

A morte faz visitas raras
Embora frequentes

A despedida do velho homem

Velho homem, quem será?
Quantas respostas te dá o tempo?
Chora que a vida continua
N´outras caras e casas
Sapatilhas de vidro não desgastam
E o silêncio de outro dia se refaz
Impreciso.
Erguem-te a face
Na testa um beijo
É preciso ser sagaz
Toma esta mascara
Sufoca em teu disfarce
Fecha teus dois olhos de tâmara
E vai em paz

Fendas e Falos

Aprenda
Na estreita fenda
há carne
Cornucopia
Há prenda
Na estreita fenda

Na fenda
Há o que falo
O que há pouco 
Não se via
E o homem
segue a via
Da fenda
Aqui no falo

quarta-feira, 11 de março de 2009

Querida,

São 17h00...
.
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Tiro a camisa...
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Finalmente só...
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Chego em casa...
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Foram tantos passos, mas não basta...
.
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São 18h00...
.
.
.
...
....
.....
Morro mais e um pouco mais...
.
.
.
.
Querida, eu só sei brincar....

Sua mãe e seus castigos

O vestido ficava mais bonito no chão

Quem nunca chorou a morte de uma estrela
Não aceitou o obvio só para permanecer no belo

Talvez a alegria do passado te espere no futuro

Não foi você quem mudou
As coisas é que sairam do lugar


Ps.: Espero que você possa sair para ver Jesus voltar.

terça-feira, 10 de março de 2009



Juanito

Num degrau um gato cego
Em cada olho um prego
Sonha um dia conhecer a rua

Mais atrás o cão caçoa
cantando sua lôa:

-Au au au au au au-*

E dizem que é do gato o gênio de ser mau

Cabisbaixo, meia volta
Volta e meia, nem se importa
Lagrimas no quintal
Mas longe dos olhos do cão

_________________________________*Olha lá que gatinha!



Azougado

Pra que sorria, Maria?
Pra que foi dar trela a caboclo azougado?
Pra que os dedos com tanta estripolia nos cabelos?
Pra que passava e olhava pra trás?
E ainda sorria, Maria?


......................................................................................................Sou pequenininha de perninha grossa
.......................................................................................................uso sainha curta que papai não gosta...


O ego é foda, Maria
Mas onde o nosso come, o do outro espreita

Maria, só um conselho:
Não sorria tanto com tão poucos dentes
E deixe os outros esquecerem teus cabelos
E como dizem nos filmes: Vá e não olhe pra trás!

Pra que sorria, Maria?

.........................................Pra que sorria?
..................................................................................................................Pra que sorria?
................................................................Pra que sorria?
.....................................................Pra que sorria?
............................................................................................................Pra que sorria?

Agora com a boca calada a pulso
Só escuta:

"Estoura essa puta"

segunda-feira, 9 de março de 2009



Elefantiase

Eu quero me encontrar num bloco
E nele me perder

Quero gritar parado na ponte de ferro
Destronar o rei de lá
Eleito por suas raras deformidades
charmosa filariose

Eu quero ser o germe

Também quero ser puta da praça do diario
Lavar a buceta numa bacia
agua suja
E eu ser bacia
água

Eu quero ser puto
Mergulhado nas caricias tristes do cinemix

Eu seria boca
falo
mas nunca beijo

Eu queria pintar os cabelos
Malhar
ter novos namorados para exibir

Eu seria a carrocinha de cd pirata
seria cd
seria musica

Eu queria que o recife sujo parasse
Se esquecesse que não sou nada
E por um instante fosse eu...

Quem

Um corpo que a ferrugem roi
Uma peça desgastada
Caixa da mais descompassada musica
Sou a Besta-fera
Das densas florestas
dos infernos
Do bom tempo
e do mais traiçoeiro inverno

Sou canaleta que leva agua barrenta
lavando a sede de quem tem sede
sou peixeira cega
sangrando a fome de quem tem fome

A todos amo com odio
e para que o todo não me odeie ou ame
todo dia me invento um santo nome:
Cantiga de acauã
Corda de caranguejo
Esporão no pescoço do galo
Asa branca nos olhos do sertanejo

Sou a camada d´agua sobre a qual caminha o mosquito
sou de tudo não poder
A negação daquilo que resta
E o que me sobra de conforto
É saber que a ferrugem no meu rosto há de conhecer um dia em que não encontrará mais o que roer.

Ao pequeno guardião

Do lado oposto ao oposto
Meus olhos miram um prato de carniça
Com um beijo pago passagem ao guardão da ponte levadiça.
-Rapaz bonito e faceiro, qual já esqueci o nome-
Corro leguas de sonhos para matar a fome
Mas me perco de desejo
recordando as delicias do beijo do pequeno guardião
E o sexo
Falo e silencio
Conservo os votos de pureza
Que o ego desaponte
E a ponte?
Memoria de outros firmamentos
O sangreiro desponta
O prato continua intacto
E em mim ecoa:
Um dia hei de cruza-la

sábado, 7 de março de 2009

Oleiros

Eu corria tanto
Mas eles não desistiam
saltei do alto do edificio
entrei por uma janela do tamanho de minha mão
Estava vazio, mas só o primeiro comodo
Alguem vem aí.
nas escadarias
-Bom dia-
A policia não me ajuda
Agora estou com ex-pessoas de minha vida
É fim de ano e eu saio do ensino médio pela terceira vez
Choro tanto
Detesto lembranças
A tia da lanchonete sabe que é só lembrança
o q me faz mais triste nos olhos dela
-Não voltou. é só por agora-
Meu professor de redação me abraça
-Que otimo-
Mas não é pra sempre.
Silêncio
O telefone tocou

sexta-feira, 6 de março de 2009



Borboletas multi coloridas (Inspirado pelos textos da Regadora de Idéias)

Gostava de pintar asas de borboletas
e as guardar na cuca (chamava "cuca" por achar mais engraçado)
Um dia tropeçou e as borboletas escaparam todas
Mas não fazia mal.
Amava-as ainda mais pousando na cuca das outras pessoas.




A Chave

Nos olhos razos guarda o choro
Na boca a palava resta morta
Quer fugir
Abrir a porta

Que porta? Que porta?
O que importa?
Não importa não

Por quantas luas fica a esperar
Antigo amor que nunca vai tornar?
Fecha os olhos
pede pro tempo voltar
Mas não volta não

Mãe,
Você tem a chave, mas tem medo
Você tem a chave, mas tem medo

Por quê, mãe? por quê?
Você tem a resposta e não quer ver
O segredo escondido na ferida
A resposta escondida em você

Nos olhos razos guarda o chora
Na boca a palavra resta morta
quer fugir
abrir a porta
Mas a porta sumiu.



Sendo bonitinho

Era uma terra
onde os homens tinham asas
o amor mais que uma palavra
E as estrelas cantavam

Um ponto cego
na vista de todo homem
que só vive, morre e some
Sem mesmo deixar pegadas

Dos altos montes
podiam tocar na lua
donzelas andavam nuas
a matéria se curvava

Era um reinado
em que todo plebeu é rei
De um um sonho que deus desfez
e perdeu no esquecimento

quinta-feira, 5 de março de 2009



Sem título

As vezes as pessoas que gosto partem
Outras vezes trato eu mesmo de parti-las
As vezes porque mentem
E eu cheio de mentiras



Certo, Caetano. É plágio.

Sobre a cabeça o firmamento

Sobre o que seja: opinião

Sobre o desejo sempre o sim

Ou o Não


E a vida segue em firmes passos

Passos belos da mulata sobre o asfalto

De tic tac vibra a bomba no planalto

Que booom!


Por velhas ruas novos blocos vão passando

Rua da guia tem um bêbado mijando

No chão


Segunda feira, hoje é dia da bandeira

Um velho cego 

ordem e progresso na fogueira

Frisson


Sobre a cabeça o pensamento

Sobre o que seja: imensidão

Sobre o desejo as vezes é 

sim e não

quarta-feira, 4 de março de 2009

Antes de acabar passou

Corta-me as palavras para que não chame eu de meu amor a traição

Travor de fogo e sol

Minha aorta
sangue
Desemboca nas margens do mar morto

Maria da gloria
Parto sereno
Partiu sereno
Seu pequeno

Minhas cegas meninas
retinas
Coaravam num sol
de uma pagina de jornal

terça-feira, 3 de março de 2009

Hipercarbolação (Autoria: Bal e Tuca Danda)

Enxerga
nos olhos do bacurau
a sabedoria da existencia
fervilha em luz
que da estropharia
devora o homem em todo não ser

A sapiencia bipede
derrete nas asas da tanajura
e ela engole o homem
como um grão de alpiste

Avdja
A beleza de estar aprisionado
e na chavitude da semente
realmente estar liberto
Maya na certeza da ilusão

Enxerga
nos olhos do bacurau...

segunda-feira, 2 de março de 2009



Esmalte acrilico, entranhas e fragmentos estelares (ou O dia em que maria me mostrou a face de Deus)

Eu é

Tu sou

Ele sois

Nós és

Vós são

Eles somos

isto tambem


Eu Somos

Tu sois

Ele são

Nós é

Vós sou

Eles sois

isso tambem

 

Eu és

Tu somos

Ele somos

Nós sois

Vós é

Eles sou

Aquilo tambem

Acordo

Estou fraco.

As dobradiças de minhas tramas neuronais rangem mais alto que as de minha porta

E no vazio de minha mente ecoam rizonhos nomes de poetas populares

Nasci quebrado, é fato.

Mas desde 1982 uma fagulha de sabe-se lá o quê insiste em manter (dês)animado  tal recipiente-conteúdo

talvez a fim de dar mais graça ao universo

 levando aos extremos da seriedade a palavra piada.

Minhas pernas doem.

Gostaria de chorar um pouco, mas chega de te fazer rir.

Comigo faço um acordo:

De agora em diante estou morto.

Pronto!

domingo, 1 de março de 2009



Embaraço

Pai, hoje fui feliz
encontrar em você um pouco de mim
Desembaraço e medo

Pai, o fato é o seguinte:
Eu estou tão cheio de Deus quanto você

Pai, hoje voltei feliz

Relatos de uma marreta. Carbono14 data 33dc

É cravo 
É cravo
É cravo

E o que pensa jesus na cruz?

É cravo 
É cravo
É cravo

E o que pensa jesus na cruz?

É cravo 
É cravo
É cravo

E o que pensa jesus na cruz?

-Puta que pariu, fodeu!-

O Aberto

Valha-me um gole de cachaça ou arte à um copo de tua luz
Luz de um pai que o filho fez de estandarte
e nem ao menos era carnaval

Ah, vá para o caralho
ao ivés do judas é o teu jesus que eu malho
minhas putas tresloucadas
são bem melhores que tuas marias arrependidas

E quer saber do mais?

vai entregar esses teus panfletinhos de amor e paz
na casa da puta que te pariu!