terça-feira, 7 de abril de 2009

Dr.Francisco... é...

-Eu sou um homem!!
eu sou um homem!!-ele gritava enquanto o cara já roçava a glande nos musculos contraidos do seu esfincter

-É a vida-foi a resposta

-A vida- pensou

Puto. tudo em turbilhão:

Desempregado
O dinheiro prestes a acabar

A angustia

As mulheres que não se permitia ter
A mulher em casa, que já não era sua
A corda pendurada que não ousava usar
Se entupia de remedios
Dormia
E não se deixava ver seu filho

Gostaria de pagar as contas

As vezes se ocupava ajeitando blusas que havia jogado no chão, mas não respeitaram o jeito certo de estar desajeitado

E a ansiedade
Perto da esquina temia que o onibus passasse antes que ele chegasse à parada
O celular tocava e algo lhe comprimia as entranhas

-Quero te dizer uma coisa- Alguem dizia
Seus olhos marejavam e seu corpo tremia inteiro

Nalguns dias esquecia de tomar banho
Não lembrava se escovou os dentes
Há algum tempo já não almoçava

As gentes não se davam conta
e diziam:
Corte seus cabelos

Agora que percebeu!
O cara já havia gozado
fechado o feixo eclair
Abotoado o cinto
E ia embora

Ele pouco se importou
Percebeu que mesmo antes daquilo tudo
Já chorava todo dia

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