quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Do impotente

Sinto medo de estar perdendo a sanidade. Medo de com isso estar me encontrando. Não vejo coisas nem escuto vozes, mas me vem um desespero aterrador. É como que uma visita. Uma visita indesejada de um visitante desconhecido. Ele apenas senta ao meu lado e me observa. É negro. Não como um homem, mas como o universo. Em sua pele pode-se "" no vazio das estrelas. Seus olhos são buracos que vão dar no infinito das coisas e de si mesmo, e no que eles refletem eu penso me ver.

Não faz sentido algum e eu sinto medo.

Gostaria agora de acreditar em Deus. Eu me ajoelharia diante do Senhor e imploraria para que me amparasse em seus braços até que me desfizesse em Seu Amor infinito. Mas o visitante devorou meu Deus. Destroçou-o com seus dentes de dilacerar palavras e sorriu.
Tudo é só silêncio. Um silêncio que cala os sentidos e pensamentos.

Penso que posso ficar louco.

Ele me observa. Sei que me observa e só. Meu medo não faz diferença alguma. Fecho os olhos, mas sei que ele continua a me olhar.

É preciso fazer alguma coisa para que ele não assuste também o meu Filho.

3 comentários:

  1. Nossa! Q criatura desconcertante!

    Em sua pele pode-se "" no vazio das estrelas.
    Faltou uma palavra entre aspas? Ou era pra ser assim mesmo? Vazio?

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  2. Eu tb já senti a finitude no infinito meu nobre santiago.
    Adolfo Santos

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  3. Gostei da sua ideia. Se não sabe descrever o sentimento, simplesmente não descreva. Deixe o vazio entre aspas. É uma boa solução!

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