terça-feira, 31 de março de 2009

Tomai e bebei


Ele queria pôr pra fora tudo aquilo que sentia por dentro
Então sangrou
E sorriu com o gosto enferrujado que saia de si mesmo
Não era a primeira vez que sentia toda aquela desexistêcia tomar conta de seu eu
Mas era sempre uma vez

Poderia vir com gosto de nuvens, marshmallows ou sashimis de salmão
Mas não
E ele queria que não
Porque adorava no que se fartava com o gosto puro de gente

calado era voz ativa que calava toda a casa
Nem queria tomar banho
Queria dormir de suor e sangue
mas mesmo a contra gosto se banhou
não se esfregou muito
deixou uma ou outra mancha perdida em seu corpo
não queria se esquecer assim tão rapido.
seus cabelos ainda fediam
e era bom.

no dia de amanhã ele chorou.

É o meu sangue
Tomo e bebo
Faço isto em memória de mim
Hoje é sempre
Séculos e sem fim.

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