terça-feira, 28 de abril de 2009

Da boca do Anjo que não segreda

Do alto de uma arvore eu observava
Nu ele se ajoelhou
De sua boca sairam serpentes de fogo
Com peçonhas cheias de mel
E de seu ânus sangravam estrelas cadentes
Que serviriam de alimento para esqueleticos barrigudos da etiópia
Apenas os escolhidos
Seus olhos choravam treponema e esperma
Que penetravam a vagina de Gaia indo de encontro ao seu nucleo
Ele suava como que aquelas larvinhas de mosca sendo que de luz
As crianças vomitaram ascaris lumbricoides que devoravam a anti materia defecada pelo anti-cristo

Eu vi
Foi assim
Enquanto conversava com deus

E após trinta e dois mil novecentos e quarenta e sete dias
Às 11h11 de uma quarta feira primaveresca 
Gaia pariu um cão enorme
Suas patas traseiras tocavam o mar
E todo o mar se fez em urina
Suas patas dianteiras tocavam o céu
E todo o céu se fez em céu
Os homens quiseram morrer
Mas esqueceram rapidamente
Alguns morreram mesmo

As mulheres se agarravam ao falo canino
A fim de serem perdoadas
Mas os carrapatos mamaram naquelas de mamilos rosados
E só elas tiveram a paz
Pois que eles eram anjos

Devido a poluição o olho do melhor amigo do Homem irritou-se
E guerreou com sua pata dianteira esquerda
Uma bolha nasceu e dela choveu confete e pus
Os filhos dos homens na chuva se batizaram
Cantando louvores: "Abençoado seja meu cacete duro sob o signo putrefato de Anubis"
E Deus viu que era bom

Hercules comeu o cu-único das tres velhas irmãs
Mas Zeus não parou de chorar abraçado à Priapo
Pois elas devorariam os olhos e mamilos de seu filho

Diante tudo isto eu me masturbava
Gozei o tempo
E quem assim quis, pôde esquecer
Os que preferiram continuar, me empalaram
construiram catedrais em meu nome
E me fizeram santo

E eu nem chorei

Papai do céu cuida do Haití

Satanás não mais tinha para onde ir
Nada aconteceu como previsto pelas antigas escrituras
Estava perdido
Era bonito
E eu lhe disse que poderia dormir em minha cama
Nos beijamos
E TUDO viu que era bom

Nos mais altos arranha-céus colhiamos maçãs
Desnudadas de seu pecado
Vislumbravamo-nos com o conhecimento
E podiamos voltar à ingenuidade
Bastava cagar nos pastos e adubar a grama

Nossos filhos povoaram as estrelas
E ensinaram seus filhos a esquecer de contar
Pois que era tudo infinito

Eu já havia sido esquecido
Eu nunca havia sido
Os verbos não mais se conjulgavam passado e futuro
Nada de "ia, era, ora, erá, ai, ou..."
Era sempre agora
São todos silenciosos
Quebram o silêncio apenas para dizer "É"

Eu sou
Eu só 
eus
Eu
É

8 comentários:

  1. Adorei esse mistura muito-louca de mitologias...
    Um texto pesado, sufocante (li rapidamente, pois assim me foi exigido) e lindo.
    Voltarei mais e mais vezes!

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  2. Bem forte o texto. O mar de urina. As mulheres agarradas ao falo.

    Abraço

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  3. ______________________________________________


    ...uma viagem, um delírio...


    Beijos de luz e o meu agradecimento pela gentil visita!

    _____________________________________________

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  4. Oi Bal. Antes, obrigada pela visita. Gostei da coerência do teu blog. Teus textos refletem bem o perfil com o qual vc se definiu. Abraço.

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  5. Obrigada pela visita, Bal!
    Volte sempre!

    Tenha um ótimo dia!!

    Monikisses!

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  6. http://www.orkut.com.br/Main#Profile.aspx?uid=4720930904065724649&rl=t

    Sim-sim, adoraria em escrever em outro blog! Esse é o meu perfil do orkut, me passar o seu e-mail ou enfim e a gente conversa melhor.
    Beijos
    (Pode apagar se quiser)

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  7. enlouqueci, escandalizei. adorei!

    valeu pela visita :) vou voltar SEMPRE aqui!

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  8. -


    De primazia me pareceu mórbido...
    mas, adorei a forma com que escreve.

    Diria, que é quase unico.
    Parabéens.

    E agradeço a visita!
    Abraço

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