terça-feira, 28 de abril de 2009

Da boca do Anjo que não segreda

Do alto de uma arvore eu observava
Nu ele se ajoelhou
De sua boca sairam serpentes de fogo
Com peçonhas cheias de mel
E de seu ânus sangravam estrelas cadentes
Que serviriam de alimento para esqueleticos barrigudos da etiópia
Apenas os escolhidos
Seus olhos choravam treponema e esperma
Que penetravam a vagina de Gaia indo de encontro ao seu nucleo
Ele suava como que aquelas larvinhas de mosca sendo que de luz
As crianças vomitaram ascaris lumbricoides que devoravam a anti materia defecada pelo anti-cristo

Eu vi
Foi assim
Enquanto conversava com deus

E após trinta e dois mil novecentos e quarenta e sete dias
Às 11h11 de uma quarta feira primaveresca 
Gaia pariu um cão enorme
Suas patas traseiras tocavam o mar
E todo o mar se fez em urina
Suas patas dianteiras tocavam o céu
E todo o céu se fez em céu
Os homens quiseram morrer
Mas esqueceram rapidamente
Alguns morreram mesmo

As mulheres se agarravam ao falo canino
A fim de serem perdoadas
Mas os carrapatos mamaram naquelas de mamilos rosados
E só elas tiveram a paz
Pois que eles eram anjos

Devido a poluição o olho do melhor amigo do Homem irritou-se
E guerreou com sua pata dianteira esquerda
Uma bolha nasceu e dela choveu confete e pus
Os filhos dos homens na chuva se batizaram
Cantando louvores: "Abençoado seja meu cacete duro sob o signo putrefato de Anubis"
E Deus viu que era bom

Hercules comeu o cu-único das tres velhas irmãs
Mas Zeus não parou de chorar abraçado à Priapo
Pois elas devorariam os olhos e mamilos de seu filho

Diante tudo isto eu me masturbava
Gozei o tempo
E quem assim quis, pôde esquecer
Os que preferiram continuar, me empalaram
construiram catedrais em meu nome
E me fizeram santo

E eu nem chorei

Papai do céu cuida do Haití

Satanás não mais tinha para onde ir
Nada aconteceu como previsto pelas antigas escrituras
Estava perdido
Era bonito
E eu lhe disse que poderia dormir em minha cama
Nos beijamos
E TUDO viu que era bom

Nos mais altos arranha-céus colhiamos maçãs
Desnudadas de seu pecado
Vislumbravamo-nos com o conhecimento
E podiamos voltar à ingenuidade
Bastava cagar nos pastos e adubar a grama

Nossos filhos povoaram as estrelas
E ensinaram seus filhos a esquecer de contar
Pois que era tudo infinito

Eu já havia sido esquecido
Eu nunca havia sido
Os verbos não mais se conjulgavam passado e futuro
Nada de "ia, era, ora, erá, ai, ou..."
Era sempre agora
São todos silenciosos
Quebram o silêncio apenas para dizer "É"

Eu sou
Eu só 
eus
Eu
É

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Página policial

Pá!
Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii

Estava mais perto do que pude perceber

Covardia

Gostava de ser GRANDE
Destemido
Cavalo do cão

Maravilhado com o crime
Batia as sete leguas do inferno
Trançava as bestas feras
E sorria aos quatro ventos

desvirtuado
Pervertida sua graça
Confusão
agente do caos imaculado

Dispararam palavras na casa de seus pais
Quebraram as janelas
Cuspiram no chão
Prostituiram sua má dama


Desonrado
Virou-se no satanás
Vermelhou-se de brasas
Tremeu sobre os cascos

Pela primeira Era-se era a morte

De sua Avalon trouxe um pau de fogo
Montou em sua gigantesca mosca
Gravido de vingança
Pensava ir parir justiça

Encontrou o que queria
Arremessou com força suas palavras
Mas não quebrava nada
Estava cego

O pau de fogo clareou a escuridão de seus olhos

Foram duas balas
Uma em cada Imaginária
Rasgaram-se sonhos, memorias e vaidades
E ele?

Sorria

Choravam seus filhos
Sua mulher
Seu pai
Sua mãe
E eu

Sumiu com a primeira brisa
Mas sempre volta

Quando voltar
Mais do que janelas encontrará quebrado

Ainda estarão chorando

Porque uma bala descansa no tambor
E essa bala...





... É dele.




domingo, 26 de abril de 2009

Ed Gein

Era um homem bom
De habitos peculiares
Artesão impar
Que não vendia suas peças

os pratos
outrora envolviam pensamentos
As mesas 
tinham de fato pernas
O quadro na parede
cheio de expressões faciais
E aquelas mascaras?
de dar medo!
Tudo feito a mão
Com muito zelo

Era um homem quieto
Sem amigos
De poucas palavras
"Bom dia", "boa tarde", "boa noite"

sentia saudades de sua mãe

Um dia o levaram embora
Para nunca mais

E enojados destruiram sua obra


quarta-feira, 22 de abril de 2009

Porra! e agora?

Queria guardar TUDO em palavras
Mas nas palavras não cabia NADA

gritou
chorou
vomitou

Mas ainda era pouco

Quis perder TUDO
Fez silêncio
E não perdia NADA

Respirou
Suou
Chorou

Porquê ainda era

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Um brinde

Uma taça quebrou em minha mão
Quis deixar o tempo pintar tudo de vermelho
E ele quis me apagar
Mas eu tive medo
Eu quis ficar de mal
Mas ele não quer
Não pintou nada
E disse que vai me apagar mesmo assim

Queria não precisar de palavras pra te dizer isso

Há algo por trás da palavra
Algo que cala
Mas é mais que palavra

É

Na ausencia da "fome" há o inominavel
Há o que contrai as tripas
O que sai em busca de alimento

Na ausencia da "gozo" há um silencio
Há o que geme
Há o que espasma

Mas só calando
E não só calando
Mas esquecendo a palavra

Impera algo na ausencia da palavra

Sonhar com dente

Cairam, um por um, todos os meus dentes
O sangue me lavava
Dentro e fora

Atrapalhava meu choro
Mas mesmo assim eu chorava

Não
Não sentia dor
Era apenas medo

entenda
Era apenas medo

Quero que você me escute
Pois é você agora tudo o que tenho

Escute!

Eu acordei
...
...
E toda minha familia estava morta

Confessionario

Um dia perdi meu filho
Gostaria de lhe fazer entender por palavras
Mas para tal, teria que fazer-lhe esquecer de todas elas







"ta aqui condido"







Me refiz aos poucos
de cima a baixo
Primeiro a luz
depois os olhos
A face
A boca
A pulsação
O coração
O torso
Os braços
A flacidez
A pubis
As pernas
O chão
Os pés

E por fim a palavra

-Meu filho!-

terça-feira, 14 de abril de 2009

Passo

Um dia tudo passa
Mesmo que nos leve junto

(!)

O verbo coagulara as horas

Será que era sempre agora?

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Chuvosa

Chovia...

Engulia cada gota possivel
Como forma de sorver o universo

Fazia sol...

e chovia...

Sorriu...

Era-se o dia mais bonito

Victor

Era ele todo desassossego
O condicionador de ar estava quebrado

Não fazia calor
Não entreva ruido algum pela porta aberta

O incomodo vinha do barulho dentro
Que não concorria com mais nada

Não estava acostumado com tantos pensamentos
Eles martelavam sua cabeça
E era quase hora de dormir

Não fazia calor

Ele só se perguntava o que fazer com todo aquele silêncio.

No silêncio ele era só

Um sonho de Delírio

Acordou, e antes mesmo de abrir os olhos percebeu que aquele não era um daqueles dias em que se volta bem pra casa.

Abriu os olhos e não viu nada.

Levantou, abriu a cortina e deixou os primeiros raios de sol entrarem. Olhou para sua mulher, ainda deitada na cama, deu um leve sorriso com o canto da boca, deu-lhe uma tapinha na bunda e foi tomar um banho.

Vestiu aquele mesmo velho paletó de sempre, foi até a cozinha, comeu, pegou sua mala e saiu.

O céu estava vermelho-sangue e algumas carpas estavam voando em formação, como se fossem gaivotas. Ele achou tudo aquilo muito estranho, mas continuou a caminhar.

No caminho encontrou um minotauro sentado no dorso de um centauro. "cuidado com a faixa de pedestres!" disse o minotauro. E o centauro assentiu com a cabeça. –só posso estar sonhando.- pensou aquele homem comum.
"Não está sonhando porra nenhuma" gritou o minotauro puto da vida.

–Eu hein!!- pensou o homem.
Continuou andando.

Uma enorme sombra passou pelo homem. Ao olhar pra cima ele constatou que era uma girava de asas(Um Camelopardilis aladus), que aterrissou bem na sua frente e disse “cuidado com a faixa de pedestres” com uma voz de quem fala com a boca cheia de quiabo.

Ele simplesmente ignorou, continuou caminhando em linha reta por entre as patas da grande girafa alada. O vento estava azul e suave, todos o cumprimentavam durante o caminho e alguns deles gritavam “cuidado com a faixa de pedestres”. Ele só ignorava, até que deu de frente com uma enorme faixa de pedestres...

...Ele olhou para um lado, olhou para o outro e não via nada. O sinal estava fechado para os automóveis e aberto para os pedestres. Ele não podia ver mal nenhum ali, até que um coelhinho rosa saltitante pulou sobre a faixa tranqüilamente e um carro quase na velocidade da luz espalhou pedaços de coelho por todo canto (parecia coisa de desenho animado).

Ele parece que não deu a mínima atenção para aquela cena. Colocou os pés na faixa e não aconteceu exatamente porra nenhuma.

Chegou no trabalho e tudo estava bem, a não ser pelo seu chefe que estava com uma cabeça de bagre enorme no lugar onde normalmente havia uma cabeça sempre muito parecida com uma cabeça de bagre.

Ele cochilou sobre a escrivaninha e sonhou com homens montados em cavalos. Acordou exatamente na hora de ir embora. Deu um abraço e um beijo no chefe e mandou um beijo coletivo para todos os colegas.

No caminho de volta ele avistou a girafa no céu e pensou no quanto ela era estúpida. Encontrou com o minotauro e o centauro e mandou os dois irem juntos para a puta que pariu.

Andou mais um pouco e encontrou uma caixa de papelão, daquelas que vem com uma televisão. Ele se acomodou bem dentro da caixa e dormiu ali mesmo.

Porque o prevenido zomba do tempo

Egoísta (Bal e Tiago West)

Conservei-me em ego
Hoje, espelho, me renegas

Desfaço chuvas em prantos
Calo, falo, vivo cego
Vejo-me estranho
E estranho minha visão

No que sou cego de olhos alheios
Na pupila do outro
Moram meus receios
E em minhas meninas
Reluzem meus anseios

Minha carne
Faz-se Chantagista
Espelho de tu´alma
Meu reflexo
Sou de fato egoísta.

domingo, 12 de abril de 2009

Profanação

Muitas vezes me sinto meu pai
Não como pai de mim mesmo
Não pela autonomia
Nem pelo gosto da orfandade

Me sinto mesmo
José Marinho Tavares Filho

E sorrio

No que respiro
No que me toco
No que me vejo

Por agora sou
José Marinho Tavares filho

E sorrio
E sinto medo

Sigo sem querer
Sendo meu pai

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Oração

Para onde fores irei contigo
Por isso peço
Não vá embora
hei de ir também
Minha senhora

Não espere que Ela te entenda
Eu entendo

Fique comigo e sempre serei contigo

Já me deste tanto amor
que ainda me sobra toda graça

Mas se é assim
Se é grande o peso
Não seja forte
chore aos poucos

Não vá embora
Para onde fores
Irei contigo

Este meu amor
É maior que mim mesmo
Tua partida ha de fazer-se
Também minha despedida

Para onde fores
Irei contigo...

Para onde flores...
Estarei contigo...




quinta-feira, 9 de abril de 2009

101

Toc toc...

quem é?

Toc toc toc...

Quem é?

Toc toc...

Só eu sei...
Sou eu...

Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc Toc... 



( )






"O que você está sentindo?"

                                            "Eu ""não"" estou sentindo NADA"





(Mudo)

Do verbo se sentia inutil
Mas não por saber-se analfabeto

Era por ser incompleta a palavra

Queria que as pessoas fossem-lhe
Por que no fundo as era

Para isso possuia apenas a palavra
Que era mesmo nervosa e rasteira

Queria abarcar o mundo
Já o havia abarcado

Lutava por ser
Sentido não fazia
Eles(não era possivel singularizar-lhe) entendia
Que tudo é










































É












































Do verbo Ser

Levantou-se
Respirou fundo
Lançou-se no espaço
e foi-se...


De tudo uma verdade

Alguem me acuda!

Estou solto!


Sobre os textos

Nem eu consigo gostar do que escrevo
Não tenho o poema como um filho
Nem procuro chicotear as palavras
Afim de obrigar-lhes a fazer sentido
Eu tento é ser É
Embora as vezes seja era ou será
Mas não se engane
Nem deixe que minha vaidade trate de engana-lo

É

Eu simplesmente gosto de escrever
E não importa mesmo parecer rascunho

Rajada

"É bala!!!"
Gritou alguem

Todos correram agachados
Desesperados
protegiam-se atrás dos carros

Ele não conseguia se curvar
Era doente
Andava ereto e com passos lentos

Não eram fogos
Não dessa vez
Eram mesmo balas

Ele percebeu que não eram confeitos
Quando uma tocou o meio de sua testa e fez pressão
Num instante despercebeu tudo

Morreu jovem
Não podia se curvar
Porque era doente



09/04/2009


Todos viajaram

12/04/2009

Todos voltaram
trazendo historias
Lembranças
Que iriam perder antes de fazerem as malas para a proxima viagem

Ele que não havia ido
Nem voltado
Não esqueceria nada

quarta-feira, 8 de abril de 2009

São VIII

Precisava ser
Mas não era
E em não ser
Era também

Precisava fazer coisas
Para que elas fossem
E ao não fazer
Elas já eram em também não ser

E assim seguia
e não seguia
Porque era sempre agora
E agora estamos sempre parados

São VII

Queria devorar tudo
Inclusive todas
Mas não podia

Soprou e tudo se fez culpa

Então devorou a si mesmo

São VI

Não queria dizer aquelas coisas para seu filho
Mas não havia vivido outras coisas para contar
Queria ter historias interessantes
Mas sua historia era não ter nada a contar

Seu filho a principio curioso baixou a cabeça
Fez um estalo com a boca e disse:
Pai, relaxa. vamos sair um pouco

São VI

Ele queria ser feliz
Então comprou flores
E as destribuiu pelas ruas

Também deu bom dia
boa tarde
boa noite

sorriu para todos

Desenhou um sol sorridente no chão
Para que a chuva não viesse

Chegou em casa e fez algo que nunca fazia
disse um bonito "eu te amo" para sua mãe

Mas ao chegar em seu quarto
Chorou

Gentes

"Na rua onde moro me chamam D. Carmem. Eu venho pra cá, porque gosto é de ser puta."
Disse Carmem Lúcia,49, na Praça do Diário

São V

Me deixa ser só verso
Que assim eu esqueço

Cansei de ser gente
Porque fazem questão de lembrar

me deixa ser só:
sk hgçsdfsdvnv
gdvçsdhn~çgk ashmg 
sdg ousdfm~gdm]ag 
sdfpg diug ]as,
 sg ~dashg ãskãsjm as
fkas ~dfihg as]gj₢ad
g asdfp´gsd ]gj]sdhg ASsfidhg ~dshgf
sd
cg dish g~sdh fg~sdhg

 cgosdh gc~sj 
g

Porquê é só Ser.

Mais que são

Menina
Eu quase chorei, menina
Pois que sei ser só esquecimento

Menina o q é isso tudo?
olhos
mãos
dedos
cabelos
sorrisos

Tão igual que é ainda

Menina
Eu chorei, menina
Pois que sei ser só esquecimento

Pedo

Nem verso
Nem céu
Nem mar azul

Nem amor pra rimar com dor

Nem flores de bem ou mal querer

Nem ursinhos
Nem papel de fita
nem metaforas sobre teu corpo nu

Menina cala teus 12 anos
Me deixa botar no teu cu

São III

Eu queria...
Eu queria...
eu queria...
Eu queria...

E de "ia" em "ia"
Tudo se foi

Eu me fui
E não consegui querer

São I

De pau duro ele pisava em sua cabeça

Amarrada ela só gemia
Se urinou de medo e dor

Ele pisava
e pisava

Estava nu
mas calçava botas

pisava com força

Até que ouviu um estalo

E gozou

Eduardo

Ele deslizou
como se sua mão de apoio tivesse encontrado uma barra
de manteiga
de sabão

Mas eram fezes

Provavelmente humanas

São II

O crocodilo já havia esmagado a cabeça de seu filhinho
Mas ele pulou as grades
E com as mãos abriu aquela imensa boca
que deixou o pequenino escorrer livre
Para o chão
Já estava morto
Mas ele queria
enterrá-lo


Ps: Este pai automaticamente lembrou das aventuras de Peter Pan ao se atracar com o crocodilo. Sentiu-se meio capitão gancho e jurava a si mesmo ter ouvido um tic-tac

São IV

O que é, o que é?
Tem voz e pau de homem
Jeito e corpo de mulher?

Eu não sei

mas assim como sushi

Eu quis

E vou comer

Segredos

Eu sei.
Eu sei..
Eu sei...

Não se envergonhe
Não se leve a mal

Eu só te quero leve

Eu sei.
Eu sei..
Eu sei...

Não se envergonhe
Não se leve a mal

Eu sei que você já tentou chupar o proprio pau

Estou perdendo a lucidez

Havia uma barata sob minha pele

Eu sei!

E todos sabem como detesto baratas

Eu quis chorar

Meu deus! Como detesto baratas!

Quis esmaga-la quando se mostrasse presente em algum relevo

Mas como depois me desfazer de milhares de pedaços de barata?

Corri para o quarto

Saquei um bisturi 

e cortei-me

todo

Mas não encontrava

Já chorava

Minha mãe me levou ao médico

Me costuraram todo

Me disseram que não havia barata alguma

Mas eu ainda sinto quando por dentro ela passa pela minha nuca

Tradição

Era esta quinta feira, Dia do Menino Morto
Era preciso escolher um menino bonito
Elas escolheram

Loirinho
cabelinho cacheado
-parece um anjinho- disse uma delas
não gostavam muito dos negrinhos
Pois não davam o contraste ideal às cores da festa

A mãe do menino choraaaava...
Mas sempre foi assim

Pronto

Deram banho no menino
Pentearam-lhe os cabelos
E perfumaram-lhe com colonia

Bastava agora que uma delas enfiasse uma longa lança no cu do pequeno
para que ele servisse de estandarte
Não havia com o q se assustar
Elas colocavam uma pequena madeira na horizontal
a uns quatro quintos do topo da lança
Assim ela não sairia pela boca do menino
expondo suas tripas
e espalhando o fedor de merda por onde passassem

Ele pouco gritou
Uma delas havia sentado suas partes nuas sobre sua boca
Ela havia se banhado
Talvez ele ja estivesse morto
Talvez estivesse desmaiado

Elas se vestiram com bonitas roupas 
feitas com retalhos brancos
pegaram uns pequenos tambores de lata
e sairam tamborilando pelas ruas

Eram em numero de 9
pulando e tocando pediam esmolas pelas casas
Uma delas dançava saltitante com o estandarte
Seu vestido já era vermelho e branco

Em pouco menos de uma hora já eram pra lá de cem
tomavam cerveja, beijavam-se, roçavam seus corpos
alguns fodiam ali mesmo
E havia muitas mulheres com os seios nus

Achavam uma graça ficar sob o estandarte
Brincavam de chuva
O estandarte correu de mão em mão
Os mais ousados carregavam ele baixinho
Só pra ver algumas mulheres mais afoitas
hora tentando hora conseguindo
Colocar o pau do anjinho na boca

Estavam todos se divertindo tanto
Num momento pularam tão alto com o estandarte
que quando o corpinho voltou ao seu lugar
A lança atravessou a parte de trás do seu pescoço
Todos riram

Já começava a ficar tarde quando chegaram ao seu destino
Desceram o menino do estandarte
E uma das nove o retalhou com uma serra de açougueiro
Tudo com muita habilidade
Para partes delicadas como orelhas, dedinhos e olhos ela usava um tipo de colher
que parecia bem amolada.

Uma outra, mais velha, tratava de ir colocando as partes em potinhosm de vidro cheios de formol
Eram souvernirs
Todos se amontoavam ao redor da senhora que organizava as vendas
Ninguem queria ir pra casa de mãos abanando


Comprei um olhinho
Muito mais caro que uma coxa ou sua pitoquinha
Mas era Azul. 

Queria ter trazido o cu para lhe dar
Mas parece que uma das senhoras ficou com ele
Então de lembrança te trouxe esta camisa que fora branca =)

terça-feira, 7 de abril de 2009

07/04/2009

Parabéns pelo meu desaniversário!

Pequeno drama a respeito da certeza da morte

Quem sou?
Não sei

De onde vim?
Não sei

Onde estou?
Não sei

Pra onde vou?
Até você sabe

Dr.Francisco... é...

-Eu sou um homem!!
eu sou um homem!!-ele gritava enquanto o cara já roçava a glande nos musculos contraidos do seu esfincter

-É a vida-foi a resposta

-A vida- pensou

Puto. tudo em turbilhão:

Desempregado
O dinheiro prestes a acabar

A angustia

As mulheres que não se permitia ter
A mulher em casa, que já não era sua
A corda pendurada que não ousava usar
Se entupia de remedios
Dormia
E não se deixava ver seu filho

Gostaria de pagar as contas

As vezes se ocupava ajeitando blusas que havia jogado no chão, mas não respeitaram o jeito certo de estar desajeitado

E a ansiedade
Perto da esquina temia que o onibus passasse antes que ele chegasse à parada
O celular tocava e algo lhe comprimia as entranhas

-Quero te dizer uma coisa- Alguem dizia
Seus olhos marejavam e seu corpo tremia inteiro

Nalguns dias esquecia de tomar banho
Não lembrava se escovou os dentes
Há algum tempo já não almoçava

As gentes não se davam conta
e diziam:
Corte seus cabelos

Agora que percebeu!
O cara já havia gozado
fechado o feixo eclair
Abotoado o cinto
E ia embora

Ele pouco se importou
Percebeu que mesmo antes daquilo tudo
Já chorava todo dia

sábado, 4 de abril de 2009

deletar

Eu sonhei que estava morto
E o meu eu de sonho só observava o que eu não era nada

Hoje num sonho atiraram em minha cabeça

-É isso. resta esperar- pensei

Senti medo, mas estava ansioso por matar a curiosidade
Morri e pelo que me recordo
foi bom

Talvez um incentivo.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Praça do Carmo

À minha esquerda repousa a Rua da Palma
Recostado à parede da igreja repouso eu

Não faço nada

As meninas da palma também estão ociosas
Falta-lhes cio

A mim falta coragem
Pois sei só ser palavra e medo

Este Recife mastiga as gentes
E cospe

Este Recife é feio e sujo

Pessoas cagam no chao durante as madrugadas
De manhã os pombos comem

Eu adoro
E sorrio

Recife, ainda é meio dia
Eu te espero anoitecer
Sei que a putrefaçao de tua carne será ainda melhor

Recife, poucos sabem o que se esconde sob as sombras de tuas altas palmeiras.

Praça do diario

Aqui todas as magoas parecem se debulhar em sorrisos

São todos putas

Homens e mulheres
Cada qual a espera de seu pagamento

Alguns se beijam
outros se envaidecem
exibindo suas calcinhas fio-dental
enterradas em seus corpos de beleza reconhecida por poucos

Eu sou um dos poucos
E também sou agora puta a espera de algo que me pague

-Eu quero uma dinheiro e uma rola dura!- grita a puta gorda
Não é só uma questão de dinheiro

Do meu lado alguem vende pedras

Ah, Praça do Diário!
Abre os braços
e me deixa ser um dos teus
que estou cansado de fingir

Só um pergunta:
Essas meninas, quem compra?

O2

E essa não é uma daquelas coisas sobre as quais eu simplesmente te digo "isso passa"
Porquê não passa
Só se vai junto com a gente

você nunca mais
nunca mais
vai ver aquele homem
tocar aquele homem
sentir aquele cheiro de homem velho que era só dele
Ou o calor amoroso que ele costumava te dar

E você vai querer devorar tudo o que resta
roupas, fotos,a tinta das paredes do quarto, um lençol que esqueceram de esquecer
Eu só posso ser duro:
Não adianta

Mas você vai aprender a sorrir denovo
vai sair denovo
vai se dar o luxo de sentir prazer
E talvez até pensar que esqueceu
Mas nem sequer por um momento vai ter deixado de doer

Natais
Anos novos
Pascoas
aniversarios
e algumas outras datas muito mais particulares nunca mais vão ser como antes

Já passados anos você ainda vai chorar
quando arcordar cedo
for até um certo quarto e sussurar
-Bom dia-

quarta-feira, 1 de abril de 2009

01/04/2009

Hoje eu fui a melhor mentira que eu poderia inventar